A deputada Luciana Santos (PE), presidenta nacional do PCdoB, reuniu na tarde desta segunda-feira (18) parlamentares e representantes dos movimentos sociais, de embaixadas e do Comitê Pró-Democracia do Congresso Nacional para avaliar a votação do domingo (17) na Câmara dos Deputados e discutir as perspectivas de ação e mobilização para a chegada do processo no Senado.
Indignada e injustiçada, mas com disposição de luta. Assim a presidenta Dilma Rousseff descreveu como se sente, no dia seguinte à Câmara aprovar a admissibilidade do processo de impeachment. No primeiro pronunciamento desde a decisão, ela reiterou que não há crime de responsabilidade e fez duras críticas ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), a quem acusa de “conspirar” contra seu mandato. De acordo com a presidenta, “a sociedade humana não gosta de traidores”.
O aprofundamento do ajuste fiscal, pretendido por um eventual governo do vice-presidente Michel Temer frente à possibilidade de aprovação do processo de impeachment pelo Senado, o que levaria ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff por seis meses, não deve ter impacto positivo na economia. A opinião é do economista e professor da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) Antonio Corrêa de Lacerda.
Com a admissibilidade aprovada na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff deve chegar nesta segunda-feira (18) ao Senado. No plenário da casa, o assunto foi debatido por vários senadores. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou que “aqui vai ser diferente”. Para ela, o que deve ser analisado é se houve ou não crime de responsabilidade, único motivo pelo qual a presidenta pode ser afastada, segundo a Constituição Federal.
Os neurônios dos impichadores emitem certezas dos maníacos-obsessivos: todos os males se encerram com o fim deste governo.
Por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo*
Após a Câmara autorizar a instauração de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, parlamentares contrários ao que consideram um golpe defenderam a convocação de novas eleições, caso o processo seja aberto pelo Senado. Segundo eles, o vice-presidente da República, Michel Temer, não tem legitimidade para conduzir o País.
A atuação da bancada do PCdoB na Câmara na votação do impeachment neste domingo (17) se destacou pelos discursos mais engajados e corajosos. Ao denunciar o conluio entre Eduardo Cunha, Michel Temer e a oposição, a bancada comunista composta pelos deputados Alice Portugal, Chico Lopes, Daniel Almeida, Davidson Magalhães, Jandira Feghali, Jô Moraes, Luciana Santos, Orlando Silva, Rubens Pereira Jr, Professora Marcivânia, deixou claro: "Não compactuamos com o golpe".
Poucas vezes se usou tanto o santo nome de Deus em vão quanto neste julgamento de exceção do impeachment.
Por Leonardo Boff*
Se havia alguma dúvida, ela acabou. Ontem ficou claro para o Brasil que o processo de impeachment da presidenta Dilma é um golpe. Durante a votação, assistimos deputados usando todo tipo de argumento: família, netos, marido, mulher, religião, combate à corrupção. O que não vimos foi falarem do suposto crime de responsabilidade que Dilma teria cometido.
Por Gleise Hoffmann*
Após a aprovação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados neste domingo (17), a vice-líder do governo, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a luta deve continuar. “Nós vamos continuar a nossa luta, e eu tenho certeza que a intensificação dela nas ruas vai nos levar à vitória.”
Após três dias de sessões que se estenderam pela madrugada, a oposição, setores do Judiciário, da mídia e do Ministério Público conseguiram avançar no golpe institucional no Brasil numa primeira batalha. Mas a guerra não está perdida. No Senado, quando se analisar o mérito, ficará evidente que não existem elementos jurídicos que justifiquem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Por Daniel Almeida*