Com a constatação, cada dia mais evidente, de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff não é saída viável, muito menos rápida ou indolor, setores da economia olham com mais preocupação para o horizonte recessivo que se delineia. Na avaliação do economista Marcio Pochmann, alguns dos atores que a princípio se colocam contra a gestão do PT podem ser forçados, por causa de interesses econômicos imediatos, a um acordo com o atual governo centrado na recuperação da economia.
Se o impeachment estivesse submetido a um debate responsável pela Câmara de Deputados, a discussão teria tomado um outro rumo no final da tarde de segunda-feira (4), quando José Eduardo Cardozo terminou uma intervenção de uma hora e 50 minutos na qual fez a defesa de Dilma Rousseff.
Por Paulo Moreira Leite*, em seu blog
As discussões sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff se aprofundam na Câmara nesta semana, mas seus desdobramentos na economia serão desastrosos, caso seja aprovado. Essa é a opinião de economistas ouvidos pela Rede Brasil Atual, que questionam a legitimidade de um processo que não aponta para a unificação da opinião pública, mas, pelo contrário, mantém a divisão política que já existe e que tem sido combustível de tensões entre segmentos conservadores e progressistas da sociedade.
O Conselho de Ética da Câmara, que desde o dia 13 de outubro do ano passado, analisa o pedido de cassação contra o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu-se, nesta terça-feira (5) com o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, para iniciar a coleta de depoimentos contra o parlamentar. Já a comissão especial que analisa o pedido de impeachment, aceita por Cunha no dia 2 de dezembro, vota, nesta quarta-feira (6), o relatório final.
Advogado-geral da União (AGU) apresenta defesa de Dilma Rousseff na comissão especial que analisa o pedido de impedimento da presidenta. José Eduardo Cardozo fala em vícios no processo, falta de pressupostos jurídicos, vingança e desvio de finalidade para anular pedido.
Por Christiane Peres
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou as investidas da oposição contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Na manhã desta segunda (4), ele disse que as chamadas pedalas fiscais não justificam o pedido de impeachment. Segundo Costa, se os mesmos critérios fossem aplicados a estados e municípios, todos os gestores teriam que ser afastados.
Artistas, escritores, cyberativistas, arquitetos, urbanistas, jornalistas, estudantes, professores, indígenas, gestores e agentes da cultura popular realizam, nesta segunda (4), mais um Ato da Cultura pela Democracia, em São Paulo. A mobilização acontece às 20h, no Teatro Oficina. Acompanhe a transmissão ao vivo.
O golpe é o cavalo de tróia para a implantação definitiva do projeto neoliberal no Brasil. O alerta é do professor de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) e membro fundador do Fórum 21, que representou a entidade no encontro dos artistas e intelectuais pela democracia com a presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta (31), no Palácio do Planalto.
Dizer que a crise moral e política vai acabar com a aprovação do impeachment é confessar a existência de um “acordão” para parar a Lava-Jato se a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo. Esta é a conclusão de parlamentares que acompanham, nesta segunda-feira (4), mais uma etapa do processo encabeçado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para afastar a presidenta eleita do cargo.
José Francisco Siqueira Neto, diretor da faculdade de direito do Mackenzie, diz que impeachment não é recall e vê sinais de um estado judicial.
Mais de 800 mil pessoas foram às ruas, nesta quinta-feira (31), em defesa da democracia e contra o golpe, de acordo com levantamento da Frente Brasil Popular, organizadora do atos pelo Brasil. As atividades aconteceram em mais de 80 municípios de todos os estados brasileiros e em pelo menos 25 cidades de outros países.
Cartazes em apoio à democracia e ao governo da presidenta Dilma Rousseff espalhados pelo chão e dezenas de crianças com as mãos e roupas sujas de tinta. Em meio às milhares de pessoas que foram à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra o impeachment, um grupo de pais aproveitou o momento para sair às ruas ao lado dos filhos, em sua maioria, menores de dez anos.