O Japão continuará a usar energia atômica como parte importante de sua política energética, apesar da atual crise nuclear na usina de Fukushima, afetada pelo terremoto e o tsunami que atingiram o país em 11 de março, afirmou hoje o vice-secretário de gabinete, Yoshito Sengoku.
Milhares de pessoas participaram neste sábado de uma manifestação no centro de Tóquio pela política energética do Japão, onde continua aberta a crise na usina nuclear de Fukushima quase dois meses depois do terremoto e do tsunami.
Por unanimidade, a Câmara dos Deputados do Japão aprovou nesta segunda-feira (2) a verba extra ao orçamento no valor de US$ 49 bilhões. O objetivo é usar o dinheiro para financiar as obras de reconstrução de áreas destruídas pelo terremoto seguido por tsunami, em 11 de março. A catástrofe atingiu o Nordeste do Japão e foi agravada com explosões e vazamentos nucleares.
O número de vítimas fatais do terremoto e tsunami que no mês passado devastaram zonas do nordeste do Japão já atingiu o número de 14.616 pessoas, segundo informou nesta sexta-feira (29) a Polícia Nacional.
O Japão anunciou nesta quinta-feira (21) que vai declarar como zona de entrada proibida a área de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no norte de Tóquio, semanas depois de a usina ter sido atingida por um terremoto seguido por um tsunami, o que teria provocado os problemas que desataram a crise nuclear.
Robôs controlados remotamente detectaram altos níveis de radiação no interior dos prédios dos reatores na usina nuclear danificada de Fukushima.
Um caso recorrente na história do Japão (não tão recente) é a falta de credibilidade nas informações depois de desastres envolvendo responsabilidade por parte de grandes empresas.
por Flávio Aguiar, para a Carta Maior
Alvo de críticas da oposição e de organismos internacionais pela demora e no tratamento da crise no Japão após o tremor seguido de tsunami do dia 11 de março, além de responsabilizado por ocultar detalhes do desastre nuclear na usina de Fukushima, o premiê japonês Naoto Kan é fortemente pressionado para renunciar ao cargo pela oposição.
De acordo com uma avaliação do JP Morgan, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima, no Japão, poderá ter de pagar até US$ 26 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) em indenizações por causa dos danos provocados pelo vazamento de radiação da central nuclear.
A agência de segurança nuclear do Japão elevou o grau de seriedade do acidente nuclear na usina Daiichi, em Fukushima, de 5 para 7 na escala Ines (International Nuclear and Radiological Event Scale) – o maior nível na escala internacional de gravidade.
Manifestantes japoneses exigiram o fechamento da planta nuclear afetada pelo terremoto, seguido de tsunami, que causou estragos à usina de Fukushima e de todas as usinas que utilizam este tipo de combustível no país.
As partículas radioativas emitidas por causa do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, se epsalharam por todo o hemisfério norte nas duas semanas seguintes ao terremoto e o tsunami que desencadeou a crise, segundo afirmou nesta sexta-feira (8) a Organização da Comissão Preparatória para o Tratado de Proibição de Provas Nucleares da ONU.