O economista Amir Khair, secretário de Finanças da gestão de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo (1989-1992), disse hoje (25) que é falsa a tese do "cobertor curto" enfatizada nas medidas do governo interino de Michel Temer para justificar o corte de programas sociais. Ele participou do debate “Os caminhos da esquerda diante do golpe”, realizado na Universidade de São Paulo (USP).
Recuperando-se de um AVC, consequência de um erro médico clamoroso da equipe do cardiologista Roberto Kalil, no Sírio Libanês, o economista Yoshiaki Nakano não perdeu a lucidez na análise da economia.
Por Luis Nassif
Li hoje no Wall Street Journal uma notícia muito interessante. A classe média alemã está furiosa com o presidente do Banco Central Europeu porque este tornou a taxa de juros básica negativa. Como essa classe média vota no partido conservador (democrata-cristão) hoje no governo, seus políticos estão também inconformados com a política de Mario Draghi – que certamente é a política correta, dado o baixo crescimento da Zona do Euro e taxa de inflação próxima de zero.
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira
O Conselho Federal de Economia (Cofecon) defendeu nesta sexta (8) a redução da Selic, a taxa básica de juros da economia. Atualmente, em 14,25% ao ano, a Selic foi mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nas últimas cinco reuniões. Segundo o Cofecon, a queda, em março, da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), justifica uma redução da taxa básica.
Os gastos com juros do setor público atingiram R$ 540 bilhões nos 12 meses até janeiro, o equivalente a 9,1% do PIB. No ano anterior, o percentual gasto com juros foi de 5,5% do PIB. As despesas financeiras foram infladas especialmente pela elevada taxa de juros, pelo aumento da inflação e pela desvalorização do câmbio.
Reduzir mais os juros do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), até retornar ao patamar original, antes do aumento que provocou reações na sociedade e preocupação quanto a consequências para a economia da região. Com esse objetivo, um novo projeto foi apresentado nesta quarta-feira (16), pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que avalia como insuficiente a redução de juros dos fundos constitucionais assegurada por decreto publicado na última segunda-feira (14).
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu nas sete cidades pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) entre janeiro e fevereiro. O recuo foi de um ponto porcentual no período, ao desacelerar de 1,78% para 0,76%. Os dados foram divulgados nesta quarta (02), dia em que o Comitê de Política Monetária está reunido para decidir os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Após pressão da sociedade, o Conselho Monetário Nacional (CMN) voltou atrás quanto à elevação de mais de 70% nas taxas de juros do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE). O anúncio foi feito pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que denunciou, na tribuna da Câmara Federal, a elevação das taxas de juros para uso de recursos do FNE e apresentou projeto de decreto legislativo proibindo a medida.
A indústria brasileira não tem nenhuma chance de se recuperar, sem a redução dos juros e a adoção de políticas que favoreçam a produção. A avaliação é de Antônio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e sócio-diretor da ACLacerda Consultores.
As taxas de juros continuam subindo no início deste ano. Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira (24), a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu 8,1 pontos percentuais de dezembro para janeiro, quando atingiu 439,5% ao ano. É a maior taxa já registrada na série histórica do BC, iniciada em março de 2011.
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Luiz Mendes, afirmou, nesta quinta (18), que os juros básicos da economia deverão ser mantidos em 14,25% ao ano até que a inflação volte a cair para o centro da meta. A declaração vai na contramão daquilo que defendem trabalhadores, empresários e economistas comprometidos com a retomada do crescimento econômico. Mendes participou de conferência com investidores estrangeiros em São Paulo.
Para enfrentar a crise econômica de 2008 e 2009, a primeira medida tomada pelo governo federal foi o anúncio da redução da meta de superávit primário em outubro de 2008.
Por João Sicsú*