As palavras de ordem de perdão e esquecimento tentaram se impor a vários países da América Latina, com o desejo expresso de virar a página dos crimes cometidos pelas ditaduras sob os auspícios da Operação Condor.
O jornalista investigativo John Dinges, uma referência internacional sobre a Operação Condor, assunto sobre o qual escreveu para o Washington Post e para a revista Time, afirma que, após os atentados de 11 de setembro, as operações clandestinas ordenadas ou consentidas pelos presidentes George Walker Bush e por Barack Obama repetiram o mesmo formato do terrorismo de Estado exercido na década de 1970 pelo grupo do qual Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia faziam parte.
"O que acontece na Venezuela mostra que o Condor segue voando na América Latina e temos que cortar suas asas a tempo", declarou o Prêmio Nobel Alternativo da Paz e membro do Comitê Executivo da Associação Americana de Juristas (AAJ), Martín Almada a Arnaldo Perez Guerra no blog Periodismo Internacional Alternativo.
Na manhã desta quinta-feira (30), o Paraguai amanheceu triste com a notícia da morte da militante de esquerda Gladys Sannemann. Aos 84 anos, Gladys encerra sua história de luta por um Paraguai mais justo e uma América Latina livre de opressores. Durante a Ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), Gladys foi uma importante militante pela democracia na América Latina. Seu corpo será sepultado na manhã deste sábado (1) em Assunção.
Por Mariana Serafini, do Portal Vermelho
1964-2014: meio século depois do golpe de Estado o Supremo Tribunal Federal (STF) mantem em vigor a (auto) anistia de Figueiredo além de permanecer na retaguarda das cortes sul-americanas em matéria de direitos humanos.
O coronel uruguaio Pedro Antônio Mato Narbondo, acusado pelo desaparecimento de quatro militantes de esquerda em 1976 em seu país, foi encontrado morando no sul do Brasil. Narbondo possui cidadania brasileira. O ex-militar responde por crimes de sequestro, tortura e assassinato no Uruguai. É também réu na Argentina e na Itália.
A jornalista argentina Stella Calloni é editora do El Día Latinoamericano, na Cidade do México, e correspondente do jornal mexicano La Jornada para a América do Sul. De acordo com o portal de notícias Cuba Debate, escreveu inúmeros trabalhos sobre a política latino-americana e, atualmente, prepara um livro intitulado “Sob as Asas do Condor”, que aborda a aliança político-militar entre as ditaduras na América Latina e a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, na Operação Condor.
Devido à repercussão internacional da audiência sobre desaparecimentos no Brasil e na Argentina, a sobrinha de Antônio Pregoni entra em contato com a Comissão Nacional da Verdade para colaborar com as investigações. Familiares do desaparecido ainda não tinham sido localizados pela comissão, nem pelo governo argentino. A audiência, organizada em conjunto pela CNV e pela Comissão Estadual, fez revelações importantes sobre o desaparecimento de estrangeiros no Brasil.
A Comissão Nacional da Verdade divulgará apurações sobre os desaparecimentos do francês Jean Henri Raya, do argentino Antonio Pregoni e do brasileiro Caiupy Alves de Castro, ocorridos no final de novembro de 1973, no Rio de Janeiro. A divulgação é do grupo de trabalho Operação Condor, coordenado por Rosa Cardoso, e acontece nesta sexta-feira (11), com o secretário-executivo da CNV, André Saboia Martins, e a historiadora Janaina de Almeida Teles, durante audiência pública em São Paulo.
O primeiro rastro da Operação Condor. O homem de confiança de Henry Kissinger no Brasil durante os anos da coordenação repressiva sul-americana era o chanceler Francisco Azeredo da Silveira (1974-1979), cargo ao qual ascendeu após ser embaixador na Argentina, onde supervisionou o sequestro e a tortura do coronel democrático Jefferson Cardim Osório, perpetrado no dia 11 de dezembro de 1970.
Por Darío Pignotti, no Página/12
As Avós da Praça de Maio, movimento que busca identificar crianças desaparecidas durante a ditadura militar argentina (1976-1983), divulgaram na última quarta-feira (07) detalhes da identificação do neto recuperado número 109. Pablo Germán Athanasiu Laschan, de 37 anos, estava em contato com a organização desde abril de 2013 e há cerca de um mês decidiu fazer o exame de DNA que confirmou que era filho de desaparecidos.
No dia 27 de junho de 1973, o então presidente uruguaio Juan María Bordaberry, aliado aos setores militares, chegou ao apogeu do autoritarismo que marcou os anos anteriores de seu governo através de um golpe de Estado.
Por Caroline Bauer, na Carta Maior