Reinaldo Prado, 47 anos, tirou a roupa nesta terça-feira (21) em protesto contra o aumento de mais de 100% do salário dos vereadores de Sorocaba, cidade que fica a 97 km de São Paulo. O prefeito do PSDB, Vitor Lippi, tem maioria na Câmara de Vereadores que, em menos de um minuto, aumentou o salário dos vereadores de 7 mil para 15 mil reais. O presidente da Câmara, Marinho Marte (PPS), disse que agora é trabalhar. Será que um dia os trabalhadores também legislarão sobre seus próprios salários?
O PSDB realiza nesta quarta-feira, em Maceió (AL), reunião dos oito governadores eleitos pela legenda em 2010 para mais um debate, entre muitos que a direção do partido, derrotado pela terceira vez consecutiva faz, para se reconfigurar e adotar nova imagem. A essência neoliberal, porém, não muda.
Por José Reinaldo Carvalho*
Depois de amargar a terceira derrota consecutiva nas eleições presidenciais, o PSDB começa a se repensar. Criado em junho de 1988 por um grupo de dissidentes do PMDB liderados por políticos de São Paulo e Minas Gerais, o partido que nasceu para ser poder precisa mais do que nunca se consolidar como oposição.
O ex-governador de Minas e senador eleito Aécio Neves (PSDB) estará em Brasília, nesta terça e quarta-feira, para dar início a uma série de conversas e negociações para o seu projeto de se tornar candidato à Presidência da República em 2014. O primeiro passo é comandar o PSDB e aumentar o leque de apoios ao partido.
Lá se vão mais de 30 dias do segundo turno da eleição presidencial e o PSDB ainda não conseguiu juntar os cacos da derrota. O partido continua zonzo e sem rumo, como um boxeador nocauteado. Para piorar as coisas, os tucanos começaram a brigar entre si pelo controle da legenda. No centro da disputa está o ex-governador José Serra, candidato derrotado ao Planalto.
O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), engrena um profundo rearranjo na administração estadual para impor, tacitamente, um rompimento com a estrutura serrista no Palácio dos Bandeirantes. Das 26 secretarias paulistas, o tucano decidiu mudar o comando de sete e extinguir uma. Ele estuda, ainda, emplacar nomes de sua lavra em pelo menos 13 pastas, liquidar a existência de mais duas e criar outras três.
A idéia nasceu de uma conversa do filósofo tucano José Arthur Gianotti com o deputado em fim de mandato Raul Jungmann (PPS-PE). Amigos comuns de Fernando Henrique Cardoso, os dois concluíram que só o ex-presidente dispõe de autoridade para reaglutinar a oposição.
A presença de José Serra no Congresso Nacional, nesta quinta-feira (24), causou irritação entre aliados do ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG). Sem compromissos programados, Serra deu as caras “aparentemente em busca de espaço na mídia”, conforme noticiou o Valor Econômico. Mas o ex-governador paulista, aproveitou a visita para, mais uma vez, demarcar posição com Aécio, na luta pelo comando do partido e pela liderança da oposição ao governo Dilma Rousseff.
Por André Cintra
Representantes de centrais sindicais que apoiaram a candidatura do governador eleito pediram que o próximo secretário de Emprego e Relações do Trabalho seja indicado pelas entidades.
Ex-governador e senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves reagiu, nesta terça-feira (23), às declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na noite passada. FHC criticou a expressão “refundação” do PSDB, lançada por Aécio, que tem claras intenções de assumir a liderança da legenda e defende mudanças profundas na direção do partido. FHC o corrigiu, dizendo que o termo é “muito forte”.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), acordou no último sábado (20) feliz da vida. Partiu para o centro de São Paulo, rumo a abertura da Virada Esportiva — ideia que nasceu das secretarias de esporte do interior do estado. O que ele nem podia imaginar aconteceu: um trabalhador desempregado, revoltado com a situação dos ambulantes, partiu para cima, cobrando do prefeito mais dignidade e trabalho.
A derrota nas eleições presidenciais pode custar espaço partidário para o tucano José Serra. Depois de ser senador, ministro do Planejamento e da Saúde, presidente do PSDB, prefeito da capital paulista e governador de São Paulo, Serra pode ser “promovido” para baixo: o PSDB quer que ele assuma o insípido cargo de presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV).