A morte do jornalista em um quartel do exército em São Paulo foi um escândalo que revelou ao Brasil o que acontecia os porões da ditadura.
Procuradores recorreram de duas decisões judiciais que rejeitaram denúncias contra agentes da repressão. E afirmam que a Lei de Anistia não pode impedir investigações sobre crimes de lesa-humanidade.
Ministério Público retoma investigação após Corte Interamericana condenar o Brasil pelo assassinato do jornalista, em 1975. Expectativa é de que a Lei de Anistia não seja mais um obstáculo.
“Levemos à barra do tribunal os torturadores e homicidas que agiram em nome do estado ou sob os seus olhares coniventes, assegurando-lhes, claro, o devido processo legal. O holocausto de Vlado não terá assim sido em vão”.
Por Hélio Leitão*
A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil pela falta de investigação e sanção dos responsáveis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante o regime militar. A informações foi divulgada pelo tribunal nesta quarta-feira (4).
O jornalismo perde mais um de seus grandes profissionais. Faleceu na tarde desta quarta-feira (30) Audálio Dantas, aos 88 anos, no Hospital Premiê, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer de intestino desde 2015, quando foi operado. O corpo será velado no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e cremado no cemitério Vila Alpina.
O filho de Vladimir Herzog, Ivo Herzog, comparou o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol, com a morte do seu pai, vítima da ditadura militar.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos informou neste sábado (6) que analisará durante seu próximo período de sessões, entre os dias 15 e 26 deste mês maio, o caso sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura brasileira.
A Câmara Municipal de São Paulo inaugurou nesta terça-feira (25), no centro da cidade, uma estátua em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-CODI durante o regime militar. A cerimônia ocorre 41 anos após o assassinato de Vlado, morto sob tortura no dia 25 de outubro de 1975 por agentes da ditadura militar.
Em 1975, seis dias após a morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado nas dependências do DOI-CODI, 8mil pessoas foram à Praça da Sé, em São Paulo, bradar sua raiva pela barbárie cometida pelo totalitarismo em vigor no país desde 1964. O episódio marcou o início da queda do regime da ditadura e da restauração da democracia.
O filme revela a trajetória de Vladimir Herzog, desde a infância na Iugoslávia até sua posse como diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo. A reação de Clarice (sua esposa), dos amigos e da sociedade, recusando a farsa montada pela ditadura militar para justificar a morte do jornalista, tornou o fato um marco na luta pela redemocratização do país.