José Dirceu no Piauí: 'Não quero ser anistiado, quero ser julgado pelo STF'
“Muita gente considera que eu sou culpado, que eu não deveria ser anistiado. Mas tenho apoio para levar um pedido de anistia para a Câmara e Senado. O que eu quero mesmo é ser julgado pelo Superior Tribunal Federal”, afirmou o ex-deputado federal e ex-min
Publicado 27/03/2007 14:47 | Editado 04/03/2020 17:02
Com a previsão de chegada a Teresina antecipada, José Dirceu foi à Assembléia Legislativa, sendo recebido no gabinete do presidente Themístocles Filho. Depois de cumprimentar os deputados, falou sobre vários temas, entre eles, o novo ministério do presidente Lula, o PAC e o seu suposto envolvimento no “escândalo do mensalão”, ao qual se considera injustiçado, também, pela imprensa.
“Aprendi muitas coisas nesses últimos anos. Eu não tenho pressa. Tenho certeza que serei inocentado e aí sim eu mesmo pediria minha anistia. Mas, o Supremo está dizendo que vai prescrever que não posso ser julgado. O que eu não posso é ser acusado de chefe de quadrilha e depois a justiça falar para mim que não vai me julgar”, disse, afirmando também que, em reavendo seus direitos políticos, não pensa em candidatar-se à presidência da República.
Sobre um dos temas da palestra de hoje, a reforma política brasileira, José Dirceu acredita na aprovação do Projeto de Lei que trata da fidelidade partidária, que tramita na Câmara Federal, além do financiamento público de campanhas e a lista partidária, pontos considerados principais e criticou as coligações proporcionais.
O Brasil é um dos poucos países que tem eleição e coligação proporcional, o que é uma incompatibilidade. Existem hoje duas questões decisivas para o país: a reforma política e a questão da juventude, os dois grandes problemas que deveríamos fazer um esforço de união nacional para resolver”, acrescentando que se debatem os problemas de caixa 2 e corrupção, mas, as causas não são atacadas e culpa o sistema de votação.
Ele encarece as eleições, faz com que os candidatos do mesmo partido disputem entre si. O que acontece hoje, você vota dentro de uma lista do partido e se escolhe um e os mais votados é que são eleitos, conforme o número de votos do partido”, e defendeu a priorização da educação. “É preciso segurar a juventude nas escolas, universalizarmos o ensino médio e transformar o ensino técnico profissional, investindo em no país”, disse.
Fonte: Acesse Piauí