Bancos avançam nas propostas e bancários encerram greve

Depois de 15 dias e 8.280 agências fechadas em todo o país, os bancários decidiram por fim à greve nacional iniciada no dia 29 de setembro. Em assembléias realizadas nos quatro cantos do país nesta quarta-feira (13/10), os funcionários da rede privada votaram pela aprovação da proposta de acordo feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê 7,5% de reajuste entre outros benefícios. Na Caixa Econômicva e Banco do Brasil a greve permanece em algumas cidades.

Segundo dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a maioria das assembléias aprovou as propostas apresentadas pela Fenaban, pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, que contemplam avanços importantes em relação às principais reivindicações da categoria na campanha salarial 2010. Entre as principais conquistas estão: aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria na PLR e inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho de mecanismos de combate ao assédio moral e à falta de segurança bancária.

Com a decisão, os bancários voltaram ao trabalho hoje em quase todo o país. A ressalva vai para os empregados da Caixa, que continuam em greve na base dos sindicatos da Bahia, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Pará, Amapá, Maranhão, além de outras cidades do interior do país. Pontos da pauta específica, como questões envolvendo isonomia (licença-prêmio e anuênio para o pós-98) e achatamento da curva salarial do Plano dos Cargos e Salários, levaram à manutenção da greve na Caixa.

“Esta foi a greve mais forte da categoria nos últimos anos, com o crescimento bastante significativo da adesão na rede privada. Daí termos conseguido quebrar a intransigência dos banqueiros, arrancando reajuste de 7,5% ( reposição salarial mais 3,1% de aumento real), elevação de 16,33% no piso salarial, avanços no tocante à participação nos lucros e resultados e em diversas demandas específicas dos funcionários dos bancos públicos”, avalia Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e membro do Comando Nacional dos Bancários.

A campanha salarial dos bancários começou em agosto, com a entrega da pauta de reivindicações à Fenaban. A categoria pede 11% de reajuste salarial, maior participação nos lucros e resultados, isonomia nos bancos públicos, valorização do piso salarial, fim do assédio moral e da pressão por metas e melhores condições de trabalho. Os trabalhadores decidiram pela greve, no dia 29 de setembro, após a Fenaban oferecer apenas 4,29% de reajuste e ignorar os outros itens da pauta de reivindicações. Após 13 dias de paralisação, os bancos retomaram as negociações e apresentaram novas propostas que foram aprovadas pela maioria dos bancários.

De Salvador,
Eliane Costa