Itep paralisa serviços no RN
Os servidores do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, 8, no Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada pela presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do estado (Sinpol), Vilma Marinho. Uma das reivindicações da categoria é a falta dos pagamentos das gratificações de plantão e do adicional noturno.
Publicado 09/02/2011 11:37 | Editado 04/03/2020 17:07
A categoria reivindica a regularização dos pagamentos da gratificação de plantão e do adicional noturno, além da agilidade no encaminhamento do anteprojeto de Lei do Estatuto do Itep, que prevê a organização do órgão, dando garantias ao servidor.
“Também estamos atrás da aprovação do estatuto para esses trabalhadores, que ficam à mercê de gratificações, que, na verdade, representam o exercício da profissão, como adicional de plantões noturno e condições de insalubridade”, afirmou.
Com a aprovação do estatuto, que segundo Vilma está engavetado desde a gestão passada do Governo do Estado, os servidores do órgão ganhariam garantias. “A lei orgânica estabeleceria direitos e uma série de garantias para os trabalhadores. Hoje, muita gente não sabe quanto receberá no final do mês de fevereiro”.
De acordo com o sindicato, todos os servidores do Itep, de médico a auxiliar de serviços gerais, foram pegos de surpresas pelo corte. “As gratificações chegam a representar 2/3 do dinheiro dos trabalhadores. Ninguém sabia que isso ia acontecer e não temos a resposta do governo de quando será recebida a quantia pelo tempo já trabalhado em janeiro”, diz Vilma.
Na Central do Cidadão da Cidade Alta, uma das cinco com as atividades interrompidas – as outras são a da zona Norte, Alecrim, shopping Via Direta e Praia Shopping -, encontra-se um dos piquetes da greve. Os funcionários orientavam na manhã de ontem as pessoas que procuravam o Itep a voltar após o término da greve.
“Recebemos esse salário desde 2007 e de repente isso acontecer foi uma grande falta de respeito. Teve gente que abriu a conta e se deparou com centavos disponíveis”, relata a técnica em necropapiloscopia, Maria Vânia, que trabalha na unidade da Ribeira.
A paralisação representa, por conseqüência, transtornos para aquelas pessoas que dependem do Itep para a realização de exames e laudos. “Viemos pegar um resultado de um laudo feito no meu marido, falecido em um acidente há dois meses, mas não foi possível. Dependo desse laudo para dar andamento ao seguro, senão posso chegar a perdê-lo”, lamenta a costureira Eliane da Silva, de 32 anos.
“A nossa expectativa é que isso possa acabar o mais rápido possível. Estamos lutando pela manutenção da sobrevivência de trabalhadores e queremos chegar a um acordo”, afirmou Vilma Marinho, presidente do Sinpol.
Apenas recolhimentos de cadáveres, necrópsia e perícias em crime de flagrantes estão funcionando, representando os 30% estabelecidos pela Lei de Greve.