PCdoB aprova projeto político no Pará e elege nova direção

Objetivando reposicionar politicamente o PCdoB no Pará e fortalecer a estruturação partidária a 14ª Conferência Estadual foi marcada pela amplitude política e pela mobilização partidária durante os três dias do evento que ocorreu de 01 a 03 de julho. Durante todo o processo o Partido reuniu mais de 4000 mil filiados e elegeu 225 delegados que debateram e decidiram os rumos políticos e organizativos dos comunistas paraenses para o próximo período.

14ª Conferência

Abertura política

A abertura ocorreu no auditório João Batista na Assembléia Legislativa do Estado. Autoridades políticas marcaram presença na abertura do evento incentivando e se solidarizando com a luta do PCdoB que levanta durante a sua conferência questões de interesse do Pará e do Brasil.
Integrantes de movimentos sociais lotaram o auditório e demonstraram satisfação com a abertura do evento através de gestos e cartazes. Todos os integrantes da mesa deram uma palavra e falaram sobre a importância de mais uma edição da conferência. De acordo com Érico Albuquerque, a conferência ocorre a cada dois anos em todos os estados, “esse é um momento importante para nós, pois é o momento onde pontuamos nossas tarefas”, disse o presidente do partido, no Pará.

Entre as tarefas discutidas está a tarefa de relançar a oposição pragmática ao governo do estado e fortalecer o campo de apoio ao governo federal em torno da luta em defesa de um projeto de desenvolvimento nacional com valorização do trabalho e de inclusão social.
Para o secretário nacional de organização do PCdoB, Walter Sorrentino, o partido está a cada dia mais apto para colocar todas essas tarefas em prática, “o nosso partido completa 90 anos no próximo ano, por isso já está maduro e capaz para se afirmar e ter legenda própria”, afirmou Sorrentino.

“O Pará merece maior atenção e carinho dos brasileiros. No Estado se produz a extração mineral de maior vulto no país, por ser uma das maiores províncias minerais do mundo. Nessa condição é o segundo Estado que mais proporciona divisas ao Brasil! No entanto, a Lei Kandir desonera de impostos esses produtos. Por outro lado, produzirá com Belo Monte e Tucuruí mais de 50% da energia elétrica brasileira e é o terceiro exportador de energia do país, mas esta paga impostos no destino de consumo, não no da produção!” afirmou o dirigente comunista.

Vários partidos e lideranças políticas do estado marcaram presença na abertura solene do evento como o PSB, PTN, PP, PV, PTdoB, PMDB, PSOL, PT onde destacamos o ex-prefeito e atual deputado estadual (PSOL) Edmilson Rodrigues, onde afirmou que o PCdoB faz parte e se confunde com a história do Brasil, esteve presente nas grandes batalhas dos trabalhadores e do povo. “ O PCdoB é essencial para luta de transformação social” frisou o deputado.
Para o prefeito de Ananindeua Elder Barbalho (PMDB), “O PCdoB é conhecido pela sua importância e coerência política vem contribuindo para melhorar o Brasil através de políticas publicas na área do esporte e por isso estamos criando no governo de Ananindeua a secretaria de juventude e esporte e convidamos o PCdoB para dirigir essa pasta no meu governo” falou o prefeito.

Intervenção de Erico Albuquerque presidende estadual do PCdoB no Ato político

Camaradas, companheiros, Amigos, simpatizantes do nosso Partido, delegados e delegadas presentes.

Saúdo a Mesa cumprimentando e dando boas vindas ao camarada Valter Sorrentino, secretário de organização do Comitê Central, aos presidentes dos partidos e o superintendente da SPU
Saúdo a todos e todas presentes, em especial à brava militância do PCdoB.

A XIV Conferência Estadual representa a presença viva do Partido Comunista do Brasil, reorganizado há 30 anos no Estado do Pará, presente com determinação cabana em todas as lutas ao lado do povo brasileiro e paraense, de todas as formas, em todas as circunstâncias. O PCdoB possui a bravura e a resistência Araguaia por enfrentar tantas vicissitudes, tantas barreiras, e mesmo assim, manter-se altaneiro, recompondo forças, superando-se com a necessidade objetiva de persistir na construção de caminhos que levam a sociedade socialista.

A XIV Conferência Estadual representa um PCdoB em franco crescimento, como alternativa avançada de projeto coletivo, como instrumento portador da utopia, para muitas lideranças combativas do povo, que trazem suas energias e vontades políticas a somar forças nessa longa jornada. Essa Conferência também expressa o exercício da democracia partidária, onde mais de quatro mil militantes e filiados, de todas as regiões, debateram a proposta de Resolução política, que será enriquecida e aprovada por mais de duas centenas de delegados e delegadas, representando todas as frentes de luta.

A XIV Conferência Estadual realiza-se no momento histórico em que são violados todos os direitos internacionais, em que os povos são ameaçados, países invadidos, genocídios, ações criminosas do imperialismo capitaneado pelos Estados Unidos, sequiosos de manter seus domínios sobre o mundo. Nunca foi tão necessária a luta antiimperialista, por um mundo multipolar, pela autodeterminação dos povos, pela paz. Nunca foi tão necessário o internacionalismo proletário de solidariedade com os povos do norte da África e do Oriente Médio em sua luta por democracia e desenvolvimento, aos trabalhadores europeus em sua luta contra o neoliberalismo, pela manutenção de seus direitos. Em saudar, contribuir e torcer para que os governos progressistas das Américas e do mundo construam alternativas que garantam a felicidade de seus povos.

A XIV Conferência Estadual realiza-se em tempos de mudanças em nosso país e de maior protagonismo do Brasil no concerto das nações contribuindo, na prática, com o enfrentamento ao unilateralismo. Com os governos Lula e Dilma tomamos o caminho do desenvolvimento econômico com inclusão social, estamos em um país mais democrático, sem criminalização dos movimentos sociais, mais soberano. No entanto, precisamos e podemos avançar mais rompendo de vez com as amarras neoliberais ainda existentes como o superávit primário para pagar rentistas, juros altos e câmbio incompatível com os interesses nacionais. É preciso construir uma correlação de forças consistente que defenda e impulsione o governo Dilma a avançar para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.

A XIV Conferência Estadual encontra um Pará na contra mão do rumo do país. Aqui a derrota das forças de esquerda, democráticas e progressistas, em sua primeira experiência de governo de estado, possibilitou o retrocesso com a volta do tucanato ao Palácio dos Despachos. Os sentidos do governo anterior como a verticalização da economia, programas sociais inclusivos, valorização dos serviços públicos e do funcionalismo, ações positivas na área de segurança e saúde, foram esquecidos ou estão em processo de sucateamento. Existe um governo atual que não tem compromisso com a grande maioria do povo e nem interesse em pensar e construir soluções para os grandes problemas enfrentados pelos paraenses seja trabalhadores do campo e da cidade, ribeirinhos extrativistas, quilombolas, pequenos e médios proprietários, sejam empresários comprometidos com o desenvolvimento que agregue riquezas e gere emprego e distribuição de renda.

O PCdoB é oposição ao atual governo. E entende que é preciso construir uma oposição forte, ampla e programática, com base em um projeto de desenvolvimento com inclusão social e ambientalmente sustentável, que galvanize todas as forças políticas e sociais defensoras de um Pará mais avançado que atenda aos interesses dos seus sete milhões e meio de habitantes. Faz-se necessário unificar estrategicamente todas as forças progressistas, democráticas e de esquerda na construção de uma alternativa para o Estado que se transforme em um grande movimento que derrote as forças atrasadas nas eleições de 2014, que se transforme em programa de governo. O PCdoB se coloca junto com essas forças políticas e sociais no sentido de construir esse pensamento sobre o Pará.

O PCdoB repudia e exige o fim da impunidade para os crimes praticados pelo latifúndio, por setores dilapidadores de nossas riquezas, que voltam com força às suas práticas contumazes exatamente quando voltam ao governo do Estado, as forças neoliberais. Coloca-se na ordem do dia a luta pela reforma agrária e pela punição de todos os crimes praticados contra trabalhadores rurais, sem terra, sem teto e lideranças comprometidas com a luta do povo. Ao mesmo tempo, o Partido defende a ampla e profunda investigação, através de uma CPI, do maior escândalo na Assembleia Legislativa, onde anos e anos um sistema de corrupção desviava dinheiro público para regar interesses particulares. Os comunistas exigem a punição aos culpados.
O PCdoB participará das eleições 2012 com o firme objetivo de fortalecer o campo das forças que defendem os avanços das mudanças no Brasil com o governo Dilma, portanto trabalhará um leque de alianças com forças que dão sustentação ao governo federal, mesmo que contraditória e momentaneamente estejam na base do governo tucano. O PCdoB também somará forças a todos aqueles que são oposição ao governo Jatene. Entende que o fundamental é a derrota dos neoliberais e o retorno de um governo progressista, democrático e popular ao poder do Estado em 2014, pelo bem do povo paraense.

O PCdoB tem como objetivo nas eleições de 2012 ampliarmos sua presença política no cenário estadual, obter importantes vitórias políticas eleitorais tendo como centralidade eleger uma bancada de vereadores para a Câmara Municipal de Belém, crescer o número de vereadores no Estado e participar das eleições majoritárias. Desde já trabalharemos para isso e seremos vitoriosos.

Os comunistas participarão, com lado, ativamente do plebiscito sobre a divisão do Estado. Tomará posição o mais rápido possível após um amplo e profundo debate com a militância e com a direção nacional. A sua posição se norteará pelos mais profundos interesses do povo que habita essa terra, pelos rumos que possibilitem a inclusão política-sócio-econômica dos sete milhões e meio de paraenses, assim como o aproveitamento racional desse imenso potencial de riquezas materiais e humanas existentes.
O PCdoB, no Pará, precisa crescer mais, se organizar mais, influir mais, contribuir com mais protagonismo no cenário político desse Estado tão importante e tão complexo, que exige uma maior capacidade de construção política e de unidade das forças mais avançadas para se colocarem de forma mais consolidada na rota das mudanças.

Por fim, o Partido de Guerrilheiros do Araguaia, de João Amazonas, de Pedro Pomar, de Dalcídio Jurandir e Eneida de Moraes, de Henrique Santiago, de Paulo Fonteles, João Canuto, Expedito Ribeiro, Neuton Miranda, de tantos outros que tombaram na luta, e de todos nós que continuamos nela, não arriará a bandeira do Socialismo nem a determinação de lutar.

Viva o PCdoB!!!
Viva o Socialismo!!!

Partido apresenta na conferência balanço de atuação política da direção

1.O PCdoB Pará realizou a sua XIII Conferência Estadual em Outubro de 2009, elegendo uma direção com 59 membros e tendo como desafios os seguintes pontos:

I-A construção de um projeto político eleitoral 2010 de recuperar as cadeiras no parlamento estadual e federal;
II- Ampliar a atuação a frente dos movimentos sociais e populares, juventude, sindical e gênero;
III- Fortalecimento da direção partidária, sua reestruturação, e funcionamento de um sistema de direção. Ao final de sua gestão, a direção partidária estadual cessante apresenta o presente balanço, procurando identificar os acertos e erros, num processo de crítica e autocrítica, visando aprimorar sua prática em um clima de unidade política

Projeto Político 2010

2. A vida mostrou que a tática política adotada foi correta e exeqüível. O projeto eleitoral 2010 foi bem construído, com orientação política clara: eleição e campanha da Presidente Dilma; reeleição da Governadora Ana Júlia e de um senador de esquerda; eleição de um ou mais deputados estaduais, e eleição de um deputado federal. Apresentamos uma chapa própria com 61 nomes para estadual, construída com muito esforço. Sofremos um baque com a morte do Camarada Neuton Miranda, condutor desta gestão, e candidato a deputado federal, no entanto, o partido não se curvou a interesses menores, seja interno ou externo, ou de partido político aliado, e apresentou a candidatura a deputado federal de Jorge Panzera, que obteve uma expressiva votação se consolidando como liderança político eleitoral no Estado. Embora tenhamos alcançado o quociente eleitoral, com 84.687 votos nominais e de legenda, não elegemos deputado estadual, com a anulação de cerca de 10 mil votos de dois camaradas, por razões jurídicas e burocráticas. Faltaram também as candidaturas a deputado estadual o fator partido, as bases partidárias pequenas e uma estrutura financeira muito pequena. Registramos ainda, pontualmente as dificuldades no processo eleitoral com quebra da unidade na aplicação da tática nas eleições de 2010. No entanto, dentro da perspectiva de um partido de massas, esses desafios devem ter tratamento político visando criar convicção e unidade em torno do projeto partidário.

Movimentos de Massa

3. As organizações dos movimentos de massa que dirigimos não apresentaram crescimento considerável. No entanto cumpriram-se as tarefas e orientações nacionais. As secretarias de massa (juventude, mulheres, sindical, movimentos sociais) participaram dos encontros nacionais; das disputas que cada organização participa; mantiveram presença destacada nas manifestações e ações populares. No entanto, faltou maior enraizamento social de base, prevalecendo uma prática de foco nas direções das entidades, com o rebaixamento em nossa ação nos movimentos sociais e crescimento partidário e, ao mesmo tempo se privilegiou a política eleitoral e institucional. O Partido precisa alcançar maior expressão política nas principais categorias e municípios e pólos regionais de maior concentração de trabalhadores e, com isso agregar mais sindicatos à CTB; a UJS precisa filiar mais jovens, alcançar maior expressão nas entidades estudantis e fortalecendo as entidades da juventude (UNE, UBES, UAP, UMES, etc), focando o trabalho na UFPA e na retomada da direção juvenil na UEPA e implantar núcleos organizados nos principais municípios, bem como nas escolas secundaristas; precisamos construir e aplicar política ousada de emancipação das mulheres, reforçando a UBM com maior organicidade e envolvendo mais mulheres nas lutas de gênero. A UNEGRO precisa incorporar novos atores, desenvolvendo política ampla de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial. Nossas entidades precisam ter mais representatividade e influência política. Mesmo com estas dificuldades o Partido, nos movimentos de massa contribuíram para a tática de chapa própria, a exemplo de candidatos vinculados da CTB, UJS, UBM e UNEGRO. É preciso que a nova direção supere estas dicotomias. O trabalho de massas é o principal celeiro para a formação de novos militantes e quadros comunistas, fator essencial ao nosso crescimento.Estruturação Partidária

4.No processo de reestruturação partidária esta gestão buscou tomar todas as decisões de forma coletiva. Houve 38 reuniões da Comissão Política Estadual; 6 Reuniões do Pleno da Direção Estadual; 6 Fóruns Regionais, e um conjunto de reunião em Municípios do Estado do Pará. Faltou a esta direção um exercício maior de planejamento e acompanhamento das ações partidárias. Durante a principal batalha, as eleições de 2010, a direção coletiva foi exercitada, com reuniões periódicas da comissão política e reunião do pleno. Havendo neste ponto também opiniões de que muitas vezes a direção coletiva, ou de sua comissão política, foi substituída pela executiva.

5.O funcionamento do sistema de direção ainda é limitado, a relação está no âmbito de Comissão Política; Direção Estadual e Fórum Regional; é preciso integração entre as Secretarias do Partido como um todo; entre o Comitê Estadual e os Municipais. Os Fóruns Regionais precisam avançar ainda mais. O trabalho de todas as secretarias deve refletir-se nos fóruns, com presença e com orientações específicas de cada área de trabalho. Destacamos o esforço de consolidar os Fóruns do Sul e do Sudeste do Estado; como devemos buscar mecanismos para aprimorar os Fóruns das regiões: Metropolitana; Marajó; Nordeste e Oeste do Estado.

6.O acompanhamento mais sistemático da organização partidária nos Municípios, deu-se de forma limitada, em especial naqueles com mais de 50 mil habitantes. Não conseguimos a consolidação plena das direções municipais com funcionamento organizado, pauta, agenda e reuniões regulares. Não houve expansão das direções intermediárias, carecemos ampliar nossos organismos de bases. Também tivemos limitações na aplicação da política de quadros, sendo necessária uma maior atenção por parte da futura direção.

7.No campo das tarefas estruturantes algumas secretarias tiveram dificuldade de funcionar com comissões próprias, seja por limitações do secretário e/ou por dificuldade de encontrar quadros partidários para as respectivas funções. Com a morte do camarada presidente Neuton Miranda, no decorrer deste mandato, foram feitas adequações para recompor a comissão política, motivo para determinadas limitações desta direção.

8. Destaca-se nesta gestão a atuação do PCdoB no governo Ana Julia, contribuindo na condução da SEJUDH, onde reestruturamos a secretaria e criamos à política de direitos humanos, e posteriormente a frente da SEEL, dando visibilidade à política pública de esporte. A nossa participação no governo contribuiu com as mudanças realizadas no Pará, embora não tivéssemos presença no núcleo de decisão do governo. No governo do Presidente Lula, o partido concentra esforços a sua administração a frente da Superintendência da União – SPU, aproximando esta instituição cada vez mais do povo sofrido principalmente através dos projetos de regularização fundiária.

Perspectivas de Direção PCdoB – 2011/2013

9. A Nova direção do PCdoB no Estado do Pará (2011-2013) tem que estar sintonizada com o novo ciclo que vive nosso partido, marcado pela realização de seu 12º Congresso Nacional, pela atualização do programa socialista e pelas resoluções do 7º Encontro Nacional Sobre Questões de Partido. É necessária uma direção que prepare as futuras batalhas, num período de maiores dificuldades políticas no Estado, fruto da derrota eleitoral. Terá que dirigir um partido que acumulou nestes últimos pleitos eleitorais, e orientar o coletivo partidário para a luta por novas conquistas nos três planos de acumulação, com unidade , disciplina e ética revolucionária. O Partido, neste período venceu o medo de ousar, de testar suas potencialidades, de abrir suas portas e janelas para as lideranças, e vem aprendendo com os erros cometidos. (Comitê Estadual, Resolução “O PCdoB/Pará nas eleições 2010 e as perspectivas para 2012 e 2014”, item 37, Dez/2010).

10. É preciso reafirmar uma direção que nos próximos anos, possa manter-se coesa, ágil e que coloque a política no posto de comando e que amplie e qualifique o trabalho coletivo. O novo Comitê Estadual tem que buscar aperfeiçoar os métodos e estilo de trabalho e direção, procurando imprimir um ritmo maior de eficiência, que possibilite a militância partidária viver um intenso clima de debates e de ação, sobretudo de ação, para que em tempos de refluxo de espaços, busquemos envolver o maior número de quadros nas funções de direção, rompendo com a prática da concentração da ação em torno de poucos.

11. É preciso que esta nova direção tenha a compreensão da importância do trabalho de construção do partido, potencializando tarefas como comunicação, finanças, formação e política de quadros, no entendimento de que, os quadros são os tesouros do partido, garantidores últimos do caráter e do projeto estratégico do PCdoB. Cuidar bem e melhor deles é o meio concentrado para cuidar bem do partido. (RABELO, R. Idéias e Rumos, 2009, p. 347).

12. Logo a nova direção do PCdoB (2011-2013), terá em destaque quatro grandes desafios, a saber:

I – No campo político: devemos desde já contribuir para o êxito do Governo Dilma fortalecendo a 3ª vitória do campo popular e democrático, aqui contribuímos com o programa de regularização fundiária executado pela Superintendência do Patrimônio da União; Devemos organizar a oposição programática ao Governo Tucano de Simão Jatene que mantém a lógica de governar para elites e poderosos do Estado.

II – No campo eleitoral: Construir o Projeto Eleitoral 2012, como início da preparação para 2014: É de responsabilidade desta direção promover o reposicionamento político do PCdoB no Estado do Pará, com um olhar especial para as grandes cidades e em especial a capital; buscar eleger uma grande bancada de vereadores em todo Estado, com atenção especial para a concretização desta meta na Capital, esta deve ser nossa prioridade, no entanto devemos também analisar a entrada em disputas majoritárias no interior e na capital.

III – Fortalecimento da intervenção no Movimento de Massas: Caminhos, lutas, e ousadia, ingredientes que sempre foram à mola propulsora do nosso partido nos movimentos populares, celeiros de quadros, de lideranças públicas. Imediatamente o desafio desta direção é fazer com que o nosso partido fortaleça os vínculos com os movimento sociais e suas lutas , e gere uma nova escala de comunicação com as camadas populares. Para isso, é necessário pensar e planejar nossas ações no movimento sindical, de juventude, de mulheres e comunitário. Que abra mais o leque para outros movimentos de massas como da igualdade racial, indígena, cultural, pessoas com deficiência, direitos humanos e ambientais. Esta nova direção deverá consolidar o Fórum Regional de Movimentos Sociais.

IV – Estruturação Partidária: Aprimorar o sistema de direção, o funcionamento da Direção Estadual, com planejamento e avaliação dos quadros componentes e o desenvolvimento de suas tarefas, o aprimoramento do funcionamento de suas instâncias: pleno do Comitê Estadual, Comissão Política e Fóruns Regionais; se deter na busca do funcionamento pleno e exercício do coletivo partidário nas grandes Cidades e em especial na capital, com destaque ao fator partido como determinante nas batalhas a serem desenvolvidas, seja institucionais ou do movimento social. Ampliar a política de formação e de eficácia na condução de um planejamento na política de quadros, como também buscar desenvolver um novo olhar sobre o sistema de comunicação do partido, aproximando a direção da militância, e vice e versa, como também uma comunicação mais agressiva para fora do partido, para sociedade, com mais visibilidade, imprimindo marca do Partido e buscando fixar, ou chegar à voz do PCdoB ao povo.

13. É com esta pauta que a nova direção do PCdoB, precisa ser apresentada a nossa militância e à sociedade, mostrando o poder de oxigenação que o partido possui, e de exercício de nossa democracia interna, no entendimento que a democracia é um bem fundamental da vida interna do Partido (Estatuto Partidário, São Paulo, 29 de agosto de 2010).

14. Oxigenar é agregar a nossa direção e a condução do nosso partido, diversos camaradas que tenham a identidade socialista e a definição, com nitidez, das fronteiras que distinguem a vida partidária. Tais fronteiras são o caráter militante combativo e organizado dos comunistas, para servir à luta do povo trabalhador; a democracia em expressar opiniões e a disciplina em cumprir as decisões coletivas; a definição de projeto político unitário em cada situação e a unidade em torno desse projeto em todo o partido. (Resolução Carta Compromisso, São Paulo, 15 a 17 de Abril de 2011 – O 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido)

15. Esta gestão deve equilibrar o fator permanência e o fator renovação; que tenha equilíbrio social; que tenha autoridade política e que combine teoria com ação prática; tem que ser uma direção que assegure e estimule a legalidade de sua vida interna em todas as suas instâncias, e que a partir desta seja o instrumento de confiança de todos os comunistas; deve possuir camaradas que possuam experiências diversas na luta popular e de massas; camaradas que tem a capacidade de exercitar a critica e autocrítica; que apliquem a unidade de ação; camaradas capacitados na esfera política, ideológica e organizativa, e que tenham autoridade para elaborar e conduzir a luta com a causa socialista, marxista e revolucionária, que tenham firme disciplina pessoal e salvaguarde a unidade partidária; camaradas que tenham condições de trabalhar em coletivo, comissões, e que mesmo na adversidade que o partido se encontra tenham plena força de vontade de trabalhar para o fortalecimento partidário; enfim camaradas que de acordo com o estatuto partidário sejam quadros do partido.

Frentes de massas marcaram presença na conferência

O Partido Comunista do Brasil no Pará se destaca por ser diverso e atuar em várias frentes populares e do movimento social, a defesa das mulheres, igualdade racial, juventude, comunicação e popular. Durante a 14ª Conferência Estadual os membros de cada frente marcaram presença no evento e falaram sobre suas conquistas.

Romulo Gadelha, integrante da Associação Brasileira de Rádio-difusão Comunitária (Abraço), disse que o PCdoB está em vários segmentos de atuação política. “Dentro do meu segmento lutamos em diversos aspectos, mas principalmente pela democratização dos meios de comunicação . E com relação a conquista, nós estamos conseguindo vários resultados com as propagandas que tratam a respeito das crianças, de bebidas e isso é resultado de muita luta”, frisou.

Já nas questões comunitárias, que abordam assuntos mais amplos, o representante da Federação Municipal das Associações dos Moradores de Belém, Roberdam Carvalho, declarou que a criação da federação foi uma grande conquista. “Antes tinha apenas a associação, mas com a federação vamos traçar um planejamento estratégico para diagnosticar onde devem ser feitas as modificações”.

Os jovens têm grande participação nos movimentos populares, um exemplo é Clayton Costa, que atua União de Juventude Socialista (UJS). “Esse movimento vem crescendo muito no estado, entre nossas conquistas conseguimos as eleições diretas para os diretores das escolas publicas, que antes eram indicados pela Seduc”, destacou Clayton.

O toque feminino não fica de fora, Lia Menezes é atuante na União Brasileira de Mulheres (UBM), ela disse que o movimento está tendo um avanço no sentido de estar incorporado nos eventos que discutem os direitos da mulher. “Nós trabalhamos muito na divulgação dos direitos e deveres da mulher, que precisa cada vez mais ser emancipada no espaço de poder”, defendeu Lia.

E a frente da União de Negros pela Igualdade fala Jorge Farias, um atuante que desenvolve atividades na divulgação de debates do estatuto que prevê os principais direitos que os negros devem reivindicar na área cultural. “A lei que diz que as escolas devem ter uma disciplina sobre a história da áfrica deve ser cumprida, essa é uma de nossas reivindicações, frisou.

PCdoB-Pará tem novo presidente: Jorge Panzera

PCdoB tem novo presidente no Pará e aprova projeto de resolução.  Durante os três dias de evento a 14ª Conferência Estadual do PCdoB-Pa debateu e aprovou o novo projeto político para os comunistas paraenses e elegeu sua nova direção que tem a frente Jorge Panzera.

Panzera tem 40 anos, foi candidato a deputado federal na última eleição, é filiado ao Partido desde 1985, tendo sido presidente nacional da UJS (1994-1996); presidiu o Comitê Municipal de Belém de 1999 à 2004, foi Subchefe da Casa Civil do Governo Ana Júlia de 2008 à 2009, Secretário de Estado de Esporte e Lazer do Pará de 2009 à 2010, era vice-presidente da direção cessante.

De acordo com o novo presidente do PCdoB-Pa, Jorge Panzera, os assuntos propostos são importantes para um desenvolvimento popular e democrático. “Aqui na conferência elegemos os pontos que serão inseridos no projeto e como foco principal temos o fortalecimento do governo federal e a oposição pragmática ao governo do estado”, disse o presidente, que acrescentou que o evento foi um momento de gerar uma síntese sobre o crescimento do partido.

Walter Sorrentino, representante do comitê central saiu muito feliz da conferência com os rumos políticos e organizativos aprovados na conferência, diz que a nova direção no Pará tem um grande desafio no Pará, porque o Brasil está se desenvolvendo, mas esse avanço ainda não chegou ao estado. “O Pará é o maior exportador de minério, mas dessa riqueza nada fica para o estado e principalmente para os municípios”, declarou. Mas o representante nacional diz que o partido não vê a divisão do estado como a solução do problema, “o Pará não deve se dividir, o que precisa ser dividido é a riqueza, os benefícios devem ser para todos”, acrescentou. Ano que vem o PCdoB se prepara para a comemoração dos seus 90 anos. Essa é atarefa do Partido no Pará que vai ter a frente Jorge Panzera, um jovem habilidoso, capaz e competente para dirigir esse importante Partido no Pará.

De Belém,
Moisés Alves