Servidores marcam nova greve e voltam a exigir saída do presidente da Funai

O ato nacional, que começou no último dia 14, está sendo organizado pela Indigenistas Associados (INA) e a Associação Nacional de Servidores da Funai (Ansef)

Servidores da Funai, em frente à sede do órgão, em Brasília (Foto: Ester Cezar/ISA)

Depois de sete dias de paralisação, os servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) marcaram para a próxima quinta-feira (30) mais um dia nacional de greve pela saída imediata do presidente do órgão, Marcelo Augusto Xavier da Silva, e em defesa de uma investigação profunda das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, no oeste do Amazonas.

Antes disso, eles vão realizar uma vigília em frente à sede da Funai, em Brasília, entre esta segunda-feira (27) até quarta-feira (29). O ato nacional, que começou no último dia 14, está sendo organizado pela Indigenistas Associados (INA) e a Associação Nacional de Servidores da Funai (Ansef).

Na semana passada, protestos foram registrados em 38 cidades. Os assassinatos do indigenista e do jornalista inglês foram o estopim do movimento. Bruno também era servidor da Funai. “Essa questão do Bruno levantou uma mobilização que há muitos anos não acontecia na Funai. Há 10 anos não se declarava greve na Funai. Então, a força do Bruno e do Dom levantou também uma série de questões que estavam dormentes, mas que também são mais que necessárias para que a gente fortaleça a política de povos isolados, a política [de povos] de recém-contato e a proteção das Terras Indígenas em geral”, disse Luiz Carlos Lages ao Instituto Socioambiental (ISA). Ele é servidor da Funai e membro da INA.

Leia mais: Dossiê revela desmonte de políticas indigenistas “por dentro” da Funai

“É inevitável, nesse contexto, a gente não passar para a pauta que é o ‘Fora, Xavier!’, que é uma das nossas principais pautas aglutinadoras, justamente porque o Marcelo Xavier veio à Funai para cumprir a promessa feita pelo presidente Bolsonaro de dar uma foiçada no pescoço da Funai. Assim, na gestão dele, a proteção territorial das terras indígenas, não só do Javari, como do Brasil inteiro, sofreu bastante e tem sofrido uma série de ataques e revezes”, complementou.

Lages acrescenta que o movimento também condena a militarização do órgão indigenista, com a nomeação de integrantes das Forças Armadas e policiais sem qualificação ou experiência para cargos importantes.

O indigenista Bruno Pereira (Foto: Arquivo pessoal)

Com informações do ISA

Autor