Lula participará de abertura da cúpula Celac-União Europeia

Planalto confirmou presença após conversa entre Lula e o presidente da Espanha, Pedro Sánchez nesta quarta (4). Momento será oportunidade para tratar de acordo com Mercosul

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que participará da cerimônia de abertura da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, que acontece nos dias 17 e 18 de julho em Bruxelas, na Bélgica, e não ocorria desde 2015. 

A presença foi acertada após conversa, por telefone, entre Lula e o presidente da Espanha e do Conselho da UE, Pedro Sánchez, nesta quarta-feira (5), quando trataram dos impasses para fechamento de acordo do bloco com o Mercosul. Inicialmente, estava prevista a ida do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Sánchez também convidou Lula para a abertura do Fórum Empresarial da Cúpula, que terá também a participação da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No fórum, deverão ser anunciados novos investimentos europeus na América Latina. A Espanha assumiu recentemente a presidência do Conselho da União Europeia.

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O compromisso é mais uma oportunidade para o presidente brasileiro expor a contrariedade do Brasil e do Mercosul com as condicionantes ambientais e a possibilidade de sanções em caso de descumprimento impostas recentemente pela União Europeia para o fechamento do acordo, que vem sendo negociado desde 1999 e foi concluído em 2019. 

Ao ser empossado à frente do Mercosul pelos próximos seis meses, durante reunião da cúpula do bloco ocorrida no começo da semana na Argentina, o presidente Lula voltou a classificar como “inaceitável” a posição adotada pelos europeus, mas ao mesmo tempo disse querer concluir o pacto. 

“Estou comprometido com a conclusão do acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização. O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável”, salientou. 

Lula destacou, ainda, que “parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções”. E afirmou ser imperativo que o Mercosul “apresente uma resposta rápida e contundente”, acrescentando: “É inadmissível abrir mão do poder de compra do Estado – um dos poucos instrumentos de política industrial que nos resta. Não temos interesse em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”. 

Com informações do Palácio do Planalto e Agência Brasil

(PL)

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