Investigação sobre joias de Bolsonaro vai para o STF

Inquérito ficará sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes; investigação foi enviada pela Justiça Federal a pedido do MPF

Foto: Reprodução/TV Globo

A Justiça Federal enviou na terça-feira (15) parte das investigações sobre o caso das joias saudistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF). O envio ocorre após pedido do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. A responsabilidade de seguir com a apuração na Suprema Corte será do ministro Alexandre de Moraes, que já conduz diligências sobre o caso no inquérito das milícias digitais.            

Junto com a Polícia Federal, o MPF investiga a entradas de joias da Arábia Saudita trazidas por parte da comitiva de Bolsonaro pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde estavam centralizadas as apurações. No caso, as joias entraram no país por meio de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021.

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O caso segue em segredo de justiça, apesar dos depoimentos já prestados, como o do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid – que está preso for fraudar cartões de vacinação, além de responder por participação nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

As joias ficaram retidas pela Receita Federal e inúmeras vezes assessores enviados por Cid tentaram recuperá-las. A retenção ocorreu pois não foram realizados os procedimentos de entrada de bens superiores a mil dólares, tampouco foram preenchidas as documentações para que as joias passassem para o patrimônio nacional. Agora se sabe, com outros escândalos envolvendo joias relacionados a Bolsonaro, qual a provável destinação que as joias teriam tomado caso a fiscalização não tivesse agido com destreza ou se tivesse cedido às pressões de Bolsonaro e seus comandados. O que ressalta ainda mais a importância dos servidores públicos para ao país.

Envio para o STF

A motivação do pedido feito pelo MPF foi a operação da Polícia Federal na última sexta (11), autorizada por Moraes, contra aliados do ex-presidente. Estes são suspeitos de venda ilegal de joias dadas ao governo brasileiro. Os mandados de busca e apreensão foram contra Mauro Cid e seu pai, o general do Exército Mauro César Lourena Cid, o ex-ajudante de ordens tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef.

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No entendimento do Ministério Público, o STF tem maiores condições de realizar uma investigação abrangente.

*Com informações Folha e DCM. Edição Vermelho, Murilo da Silva

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