Acordo Mercosul-UE tem resistência interna no Brasil

Além de setores brasileiros se oporem ao acordo com a União Europeia, transição de governo na Argentina e posição francesa são dificuldades para concretização, aponta colunista

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De acordo com a coluna de Jamil Chade, no UOL, o presidente Lula tem recebido pressão para não assinar o acordo entre União Europeia e Mercosul da forma que está.

As mensagens que chegaram ao presidente são de movimentos sindicais e sociais que apontam o enfraquecimento da indústria nacional com o acordo. O possível desequilíbrio, também alertado por economistas, fez com que o assessor especial, Celso Amorim, retornasse antes para o Brasil da comitiva que seguiu viagem à Alemanha.

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Além do receio que vem do Brasil, os delegados responsáveis pela negociação por parte da Argentina também observam desvantagens para os países do Mercosul. Em meio a uma transição, o atual presidente Alberto Fernández, nos seus últimos dias de governo, quer deixar para que o próximo presidente, Javier Milei, assuma a decisão.

Com falta de um apoio decisivo dos argentinos, as dificuldades ficaram ainda maiores para o fechamento do acordo em que existia a expectativa para ser anunciado na Cúpula de Líderes do Mercosul, em 7 de dezembro, no Rio de Janeiro.

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Segundo Chade, com a recente oposição pública do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula tratou de responsabilizar os franceses caso o acordo não aconteça. Dessa maneira, o brasileiro tirou holofotes das oposições internas, uma vez que tem realizado trabalho incessante pelo acordo.

Nesta semana as delegações devem seguem conversando para a retomada das negociações ou a decisão de esperar a posse de Milei. No entanto, o temor é de que deixar para o próximo ano irá melar de vez o acordo, conforme fontes da diplomacia ouvidas pelo colunista.

*Informações UOL

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