Em meio ao ódio ideológico, intimidação, que envolvem as eleições presidenciais sempre é bom o esforço para refletir sobre o que está em jogo em 5 de outubro.
A rápida ascensão de Marina Silva mostra que o capital financeiro, a grande mídia resolveram apostar suas fichas, até o momento, em sua candidatura.
Há 60 anos suicidava-se Getúlio Vargas depois de sofrer violentos ataques por parte da grande mídia da época, acusado de corrupção, transformar o governo num “mar de lama”. Cercado, adotou como saída política a morte.
Todos que lutaram contra o arbítrio, pelo retorno da plenitude democrática, o fizeram em virtude de várias propostas ao Brasil, algumas distintas umas das outras a depender do partido ou grupo social, a esmagadora maioria deles na clandestinidade, mas havia algo fundamental que unificava, a intensa asfixia das liberdades políticas em nosso País.
O trágico falecimento do ex-governador de Pernambuco, candidato à presidência da República, Eduardo Campos, do PSB, insere-se na superstição consagrada no imaginário do povo brasileiro sobre o caráter nefasto do mês de Agosto na política nacional.
Se o historiador egípcio, mas efetivamente de trajetória acadêmica britânica, Eric Hobsbawm, cunhou o século 20 como a era dos extremos, algum outro estudioso da História deverá denominar essas primeiras décadas do 3º milênio como o mais cabal exemplo, em larga escala, da insanidade contra a humanidade.
A humanidade viu completar dias atrás os 100 anos da eclosão da primeira grande guerra mundial, formidável carnificina humana apenas superada pela subsequente 2ª guerra mundial, 1939-1945.
Os recentes fatos geopolíticos demonstram que encontra-se em processo de transição mais acelerada a mudança para uma outra ordem internacional multilateral, indicando, por sua vez, a tendência mais acentuada à decadência da chamada Nova Ordem mundial que já apresenta sinais de falência.
Nesses tempos da Nova Ordem Mundial, dos fundamentos do Mercado, uma espécie de reinvenção no século 21 do bíblico Bezerro de Ouro, a serviço de gigantesco, fraudulento processo global de acumulação financeira, os povos buscam os caminhos da resistência e libertação.
Em 2004, o principal estrategista do presidente Bush, Karl Rove, afirmou em entrevista ao jornalista Ron Suskind do New York Times uma máxima sobre a política externa norte-americana e símbolo de arrogância, delírio.
Tanto é verdadeiro dizer que Marx afirmou que os filósofos limitavam-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, quando o que importa é (compreendendo-o) transformá-lo, como é certo afirmar que a hegemonia do Mercado, especialmente no século 21, tem envidado esforço hercúleo para inverter esse conceito.
Os ataques do técnico holandês contra a Copa Mundial de futebol no Brasil invocando o clima inóspito do País são de uma brutal incoerência, revelam uma nostalgia incontida de outros períodos históricos.