Na década de 60 passada o ex-presidente dos Estados Unidos Dwight Eisenhower usou o termo Complexo Industrial-militar para denominar a junção de grandes corporações capitalistas norte-americanas na produção de máquinas de guerra tanto para fins de defesa dos interesses imperiais, quanto no bilionário negócio internacional de armamentos.
Como já era óbvio as manifestações populares de evidente insatisfação com a realidade em que vivem e que sacodem o País passou ao cenário da luta política institucional onde se trava um duelo entre a necessidade de fundamentais reformas sociais, das instituições, e os interesses conservadores que buscam sustar essas demandas ou, no máximo, realizar mudanças cosméticas, que assegurem intocados os seus privilégios.
Darcy Ribeiro, antropólogo que nos ajudou a compreender o Brasil, atento aos fenômenos da luta política afirmou que sempre é preciso ir tirando os véus que os encobrem, desvendando, a fim de revelar a obviedade do óbvio e que o complexo disso tudo é que parece um jogo sem fim porque só conseguimos desmascarar uma obviedade para descobrir outras, mais óbvias ainda.
As manifestações estudantis, populares que vêm sacudindo o País resultaram no congelamento, redução das tarifas dos transportes coletivos em praticamente todas as cidades, deflagraram um processo político de intensa profundidade.
Graciliano Ramos, mestre da literatura mundial, ilustre alagoano, comunista, dizia que no Brasil existe uma minoria de opulentos, uma classe média instruída e na base da sociedade uma maioria de gente vivendo como bichos, reduzidos à luta pela sobrevivência, levando uma vida ordinária.
A declaração do presidente dos Estados Unidos Barack Obama em resposta às denúncias de Edward Snowden, um agente da CIA, que o governo norte-americano espiona seus cidadãos através da internet, sistemas de telefonia, foi: ninguém pode ter 100% de privacidade.
Mais uma vez o País é ocupado por um desses debates que tomam conta da grande mídia hegemônica nacional, antes devidamente pautado pelas matrizes internacionais, acerca dos índices crescentes de violência e criminalidade em quase todas as partes do mundo.
O neoliberalismo hegemônico nessas últimas três décadas, com suas variantes mitigadas mundo afora conforme as circunstâncias históricas, políticas de cada País ou região, encontra-se em profunda crise econômica, inegável disfunção de identidade.
Quando as condições reais estiverem amadurecidas, será uma necessidade histórica a investigação dos crimes cometidos durante a vigência hegemônica da doutrina neoliberal no mundo escudada sob a proteção da guarda pretoriana norte-americana.
A América Latina é uma região que se ergue reivindicando com energia a superação de séculos de atraso e subjugação do colonialismo e neocolonialismo.
Em meio à profunda crise estrutural do capitalismo em sua fase neoliberal, que já perdura por mais de três décadas no planeta, todos os olhos se voltam para a América Latina como sinal de esperança a um mundo menos injusto, dilacerado por guerras imperialistas, correntes migratórias atônitas de trabalhadores desempregados, destruição da identidade dos povos etc.
Dentre os vários problemas nacionais um deles é sem dúvida alguma a muralha da informação, ou da contrainformação, que separa o Brasil da realidade mundial e não se trata da informação imparcial porque como já se disse não há notícia ingênua, mas da narrativa dos fatos com algum grau de objetividade, veracidade.