O processo de acumulação do capital parasitário atingiu uma dimensão nunca vista antes.
É impossível entender o que acontece no Brasil se abstrairmos a geopolítica global, o processo de desconstrução de alguma coisa parecida com um projeto de Estado e a centralidade da questão nacional.
Uma das maiores neuras, na atualidade, da grande mídia hegemônica nativa, além da profunda crise que corrói o governo Temer, é a onda de notícias falsas divulgadas nas redes sociais.
Um dos fenômenos mais lúgubres destes tempos atuais é a onda da chamada pós-verdade cultuada como uma nova manifestação do pensamento humano.
Mergulhado em uma crise política gravíssima o País vê-se às voltas com uma estratégia econômica conscientemente recessiva cuja justificativa central, alegam, tem sido manter a inflação em baixa.
As informações demonstram que a economia global pode estar se aproximando de um novo e mais elevado estágio da crise financeira mundial.
O cientista político Mangabeira Unger disse, criticamente, em entrevista à BBC de Londres que o Brasil é hoje o País no mundo mais parecido com os Estados Unidos. Talvez tenha razão.
Estamos diante de um quadro de crise geral, agravada pelas políticas recessionistas do governo Temer de ajustes fiscais, paralisia da atividade econômica, gerando até o momento 13 milhões de desempregados, empresas quebradas, desespero de famílias etc.
A revolução tecnológica aproximou as pessoas de tal maneira que os indivíduos percebem que o mundo ficou mais próximo. É como se houvesse sido realizada a profecia de Marshall McLuhan, guru da comunicação dos anos sessenta que vislumbrou o planeta como uma grande aldeia global.
Apesar de explícita, a olho nu, a crise da Nova Ordem mundial sob a predominância do capital financeirizado de tipo neoliberal, continua a hegemonia das políticas do Mercado sobre as nações e os povos do planeta.
Como reflexo da crise do capitalismo financeiro que repercutiu com força no País e em decorrência da grave instabilidade dos poderes da República, especialmente após a destituição da presidente Dilma, a realidade nacional é um processo de desencontros.
No contrafluxo da situação geopolítica mundial o Brasil vive uma realidade lastimável onde as instituições da República encontram-se à deriva e que assumiu enorme dimensão notadamente após a destituição da presidente Dilma.