A crise nacional anda numa velocidade em que os fatos são ultrapassados no mesmo dia por outros ainda mais danosos numa escala progressiva.
As medidas de arrocho, ajustes fiscais, precarização dos direitos trabalhistas, redução do Estado, privatização de setores estratégicos, compõem o eixo das iniciativas contrárias aos interesses do Brasil.
Após a queda da União Soviética, a hegemonia unipolar dos EUA, a adoção do dólar como moeda padrão, o Mercado financeiro passou a exercer o domínio global com suas políticas e agendas para as sociedades.
O Brasil necessita constituir novo caminho em meio a um cenário global caótico como decorrência da crise sistêmica da Nova Ordem mundial, da dominação do capital financeiro e suas instituições.
O resultado das eleições norte-americanas provocou, via grande mídia, uma onda de pânico, como se fosse a mãe de todas as tragédias dos últimos tempos.
Já se disse que o passado é realidade do ser humano. E que negá-lo é absurdo e ilusório, porque ele é o natural do homem ou da mulher que sempre volta a galope, já que ele não se deu ao trabalho de existir para ser negado, mas para ser integrado na História dos indivíduos e da humanidade.
Em seu livro A Desordem Mundial o cientista político, historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira traz reflexões sobre a realidade nacional e o contexto geopolítico mundial.
Um conhecido homem-show da mídia monopolista é transformado, via televisão a cabo, numa espécie de porta-voz dos rumos do pensamento intelectual brasileiro, na literatura, artes, na análise Histórica do País.
Alguém já disse, não me lembro do autor, que a direita, a direita mesmo convicta e xenófoba, é e sempre foi minoritária no Brasil. Que só cresce quando uma conjunção de fatores lhe é extremamente favorável aos movimentos conspiratórios que é uma característica dela em nossa História política republicana.
Desde o tempo do império há no Brasil, em meio a um caleidoscópio de correntes políticas, duas visões antagônicas sobre como se conduzir a um rumo de superação dos atrasos da sociedade brasileira: uma delas baseia-se no Estado como instrumento e indutor de um projeto de desenvolvimento do País, para reverter nossas distâncias junto à comunidade das nações mais ricas.
O que vemos no Brasil atual é o aprofundamento das políticas de mundialização do capital financeiro sobre os Estados soberanos, contra as históricas conquistas trabalhistas adquiridas através de muita luta, suor, sangue mesmo, desde o final da 2ª Grande Guerra Mundial.
O viciado processo de impedimento, e a deposição da presidente Dilma Rousseff, incorporam-se na conturbada História da tradição política republicana brasileira, incluindo o período posterior à promulgação da Constituição de 1988.