Há ainda quem afirme que estamos num Estado de Direto Democrático, apesar do golpe parlamentar perpetrado contra uma presidente legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos.
O Brasil vive uma encruzilhada Histórica. Os fatos demonstram que ela exige soluções de conteúdo estratégico favoráveis ao povo brasileiro, à nação.
Eric Hobsbawm, um dos mais prestigiosos historiadores dos últimos tempos, dentre suas valiosas obras escreveu Ecos da Marselhesa. Uma abordagem sobre a revolução francesa de 1789, contra o absolutismo, que mudou a face da humanidade.
A jornalista Tereza Cruvinel em sua coluna referiu-se ao correspondente Pepe Escobar estudioso em geopolítica global. Segundo ele “o golpe em curso no Brasil é uma operação tipo guerra híbrida”.
Semana passada consideramos que a crise política segue sem uma saída à vista. Só a convocação de eleições presidenciais, a implementação de um projeto de desenvolvimento estratégico, assentado na centralidade do interesse nacional, pode sustar um eventual vazio de poder no País.
O governo interino, maculado por golpe institucional, mostra nítido confronto com as manifestações pela legalidade democrática, tanto como a formação da sua equipe ministerial, além das medidas iniciais tornadas públicas através da grande mídia nativa.
Amplia-se a crise institucional agravada pela ação golpista com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. O processo continua tramitando no Senado até a votação definitiva do impedimento mas a tempestade política, longe do seu final, segue por rumos turbulentos, imprevisíveis.
Surgem, a cada dia, novos capítulos do golpe, iniciado na Câmara dos Deputados, contra a presidente Dilma Rousseff eleita com mais de 54 milhões de votos, através de grotesca votação com graves danos internacionais. Pode-se aferir igualmente a existência de uma séria crise das instituições da República expostas no fragor da batalha.
A votação na Câmara do impedimento do mandato da presidente Dilma revelou ao Brasil cenas grotescas da maioria dos parlamentares usando o microfone com um “sim” pela mulher, marido, família, o cachorrinho, etc.
A votação do impeachment da presidente Dilma na Câmara dos Deputados foi o prólogo do golpe. Cabe aos democratas, às organizações sociais, intelectuais, sociedade civil, religiosos, juristas, etc., a luta pela legalidade, a democracia, a defesa do legítimo mandato da presidente da República.
A crise política atingiu nível de vertiginosa escalada. Mas ela não reflete em absoluto acertos ou erros do governo da presidente Dilma. É trama golpista de múltiplos interesses que convergem para empalmar o poder.
Desde a reeleição em 2014 que o governo da presidente Dilma enfrenta um processo de desestabilização diuturno sob a direção de forças conservadoras internas, além das fartas denúncias de ações externas, que não desejam que o País alcance patamares mais elevados.