No Brasil Central, o período de veraneio, que dá praia, é no auge da estiagem, em julho de cada ano. E as areias mais lindas a ondular extensos espraiados, apinhados de gente, não são salgadas, são das águas doces do rio Araguaia.
Eu era guri lá em Joaçaba (SC) no golpe de 1964, que instalou 20 anos de ditadura, e tenho vivas na memória as imagens e os fatos. Primeiro, os tanques nas ruas, algo desproporcional a uma cidade que tinha um simples Tiro de Guerra. Depois, pessoas conhecidas, queridas, começaram a desaparecer e muitas delas nunca mais voltaram.
Após o retumbante sucesso da escola Paraiso do Tuiuti, no primeiro grupo do Carnaval carioca, coxinhas incomodados aparecem com ideias brilhantes. Defendem algum tipo de censura camuflada, desses muito em uso em nossos dias, que tente calar o bico dos sambistas.
Quando o padre Pedro Maria Casaldáliga Plá, nome que adotou no Brasil, chegou às margens do rio Araguaia, em 30 de junho de 1968, ele não tinha ideia de tudo o que o esperava naquele mundo diferente. Cinco décadas se passaram desde então, uma jornada de muita luta em favor dos mais fracos.
Tenho vários amigos em postos bem situados do Judiciário, entre os quais juízes e promotores. Eles próprios concordam, porém, em que a Justiça e o Ministério Público da Pindorama estão salpicados de carreiristas interesseiros, “gente que não presta”, no dizer popular. Muito diferentes do que se espera de quem usa a respeitável toga.
Tenho vários amigos em postos bem situados do Judiciário, entre os quais juízes e promotores. Eles próprios concordam, porém, em que a Justiça e o Ministério Público da Pindorama estão salpicados de carreiristas interesseiros, “gente que não presta”, no dizer popular. Muito diferentes do que se espera de quem usa a respeitável toga.
As manifestações de rua têm comprovado, nos últimos anos, que ainda são uma (ou a mais) eficiente forma de expressão da vontade popular. Governantes de todos os patamares, em todo o mundo, quase sempre aliados ao poder econômico, podem temer a mídia e os adversários políticos, mas são as vozes que vêm das praças e avenidas que falam mais alto, provocam calafrios.
O Brasil tem sido benevolente na cobrança de royalties pela exploração de minérios e outros recursos naturais de inestimável valor, inclusive a madeira da Amazônia. No entanto, agora surgiu a ideia de cobrança pelo vento usado na movimentação das hélices nas torres que produzem energia eólica.
Tenhamos a certeza de que o propósito de implantar a Escola sem Partido continua vivo, apesar do governo golpista ter simulado seu abandono. Ela está na ideia de uma educação voltada à formação técnica específica, geradora de mão-de-obra, evitando os conteúdos humanistas e o pensamento crítico, formadores de cidadãos.
A nova temporada de liquidações de patrimônio público promovida pela quadrilha que arrebata o poder prenuncia um voo de baixa visibilidade e mais dificuldades do que os vendilhões imaginam. Na maioria, os brasileiros de todas as colorações partidárias são contra as privatizações, fato confirmado por pesquisa do Datafolha desta semana.
No regime militar, quando o general-presidente Ernesto Geisel anunciou que iria fazer “abertura lenta, gradual e segura”, ele queria dizer que poderia haver democracia, mas não tanto. Era preciso evitar, por exemplo, que lideranças democráticas ressurgissem com força. A lupa estava em Juscelino Kubitschek, que passou a ser ainda mais cercado, até sua morte, em agosto de 1976.
O senador Ronaldo, neto do coronel Totó Caiado, reclama, em artigo na Folha de S.Paulo, do que ele chama de vitimização dos ruralistas brasileiros. Os pobres coitados, segundo ele, são injustamente acusados de irresponsabilidade ambiental e da prática de trabalho semiescravo.