Um passo importante para que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue as denúncias de crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados por Israel na Palestina, acumulando há vários anos no escritório de sucessivos promotores, está dado: a admissão da jurisdição da Corte. Que a questão é eminentemente política é evidente. Como dizem palestinos engajados na defesa da sua causa no âmbito jurídico, não é o TPI quem vai libertar a Palestina, mas a corte pode cumprir sua promessa fundadora ao responsabilizar os seus algozes.
Passados quatro anos de um estrondoso governo de Donald Trump, o tom polido e a etiqueta liberal de Joe Biden não iludem. No país, a expectativa de parte da esquerda estadunidense é a de melhoria das condições para a luta, embora a já histórica invasão do Capitólio por trumpistas seja um sintoma da conjuntura política, em que recuos e continuidades são parte da dinâmica. O mesmo se espera no plano internacional.
Territórios anexados por Israel e Marrocos agravam luta por libertação nacional na Palestina e no Saara Ocidental. Apoio ilegítimo de Trump terá consequências para duas das questões mais proteladas no cenário internacional e que podem se ver numa reviravolta.
Os palestinos celebram o 20º aniversário de um levante de tal impacto que ficou cravado na história da resistência à ocupação e colonização sionista como a Segunda Intifada. Ao menos desde a ocupação britânica da região, no início do século 20, revoltas atrás de revoltas narram a história da insubmissão na Palestina. Hoje, este aniversário parece anunciar um ponto de viragem cujo desfecho está em disputa.
A história da ONU é uma de moderadas concessões por parte das potências ocidentais e de árduas lutas dos povos, que tanto mais conquistaram. Esta é a história que deveria ser homenageada.
Pode levar anos a ratificação do Acordo de Associação Estratégica entre Mercosul —Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela suspensa — e uma União Europeia de 28 estados membros —inclusive parte dos mais industrializados— mas o compromisso com a sua assinatura, recém-anunciado, reforçou a análise da condição dos países latino-americanos no sistema internacional. Agricultores europeus também preveem impactos negativos e resistem, o que igualmente cobra exame.
Não há surpresa na adoção da Lei Básica “Estado-Nação” pelo Parlamento de Israel, nesta quinta-feira (19). Mais importante nas manchetes do dia teria sido falar de continuidade, mas isto não seria fato noticioso.
Os pundits, ditos gurus opinólogos convidados por oligopólios midiáticos liberais, estão confusos. Buscam um quadro simples para narrar que ou os EUA “venceram” na reunião pela qual o mundo esperava, entre Kim Jong-un e Donald Trump, nesta terça-feira (12), em Singapura, ou que Trump entregou o jogo.
Sumud e sanaúd são alguns termos da resistência do povo palestino na luta por sua terra. Em árabe, significam, respectivamente, “resiliência” e a asserção do retorno (“voltaremos”) de mais de seis milhões de refugiados. Neste 15 de maio, a nakba, “catástrofe” palestina, completa 70 anos. Mas esta não é só uma data histórica, é a narrativa de um genocídio em curso.
Os brasileiros e brasileiras, partidos, intelectuais e diversas entidades mobilizam-se, contando com ampla solidariedade internacional, para o reforço da luta contra o golpe e o retrocesso histórico imposto por um governo ilegítimo e antipopular e, em específico, pelo direito do ex-presidente Lula de concorrer às eleições.
As forças progressistas da América Latina mobilizam-se em luta árdua contra uma elite virulenta e reacionária engajada na oportunidade fomentada pelo imperialismo estadunidense. Mas em todo o mundo, movimentos sociais, partidos, sindicatos, redes de solidariedade, intelectuais e governos progressistas discutem formas de fortalecer a resistência à agressividade com que a reação se apresenta, se impõe, invade e golpeia. A resistência e a alternativa.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi denunciada por diversos movimentos populares reunidos na capital belga, Bruxelas, às vésperas da sua cúpula, na quinta-feira (25), onde os líderes dos países membros arrogam-se o direito de deliberar sobre o futuro da humanidade. Participando dos eventos, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) é parte na luta contra essa maquinaria imperialista e buscou evidenciar o impacto desta política na América Latina*