Para todos aqueles no movimento sindical que se preocupam pelas questões de gênero – e não apenas as mulheres – o jornal O Globo publicou hoje, 24 de fevereiro, uma matéria de Eduardo Vanini e Antônio Gois, cujo título “Salários desiguais” informa que os homens ganham, em média, mais que as mulheres em quase todas as ocupações no Brasil.
Foi o artigo de Marcelo Miterhof, “O xis do problema”, publicado na Folha em 12/02 que chamou minha atenção. Fiz o que ele recomendava e cliquei: www.ie.ufrj.br/images/pesquisa/publicacoes/discussao/2014/TD_IE_013_2014_SUMMA.pdf .
Nos últimos dois anos apesar do baixo crescimento da economia o emprego tem se mantido alto e os trabalhadores têm conquistado ganhos reais expressivos, com ênfase nos ganhos reais do salário mínimo.
As manifestações sindicais da quarta-feira da semana passada contra as medidas provisórias 664 e 665 tiveram sucesso em pelo menos três aspectos: a unidade de ação das centrais sindicais que as convocaram, o seu caráter nacional, com eventos em todo o Brasil e o eixo comum contra o surrupio dos benefícios.
Chamou minha atenção nas comemorações do aniversário de São Paulo a completa ausência da indústria como característica de sua vida produtiva, de seu histórico, de seu passado modernista e atraente para milhões de brasileiros.
Sob o signo da vitória dos metalúrgicos da Volkswagen de São Bernardo, as principais centrais sindicais brasileiras reúnem-se, hoje, com quatro ministros do governo, no que pode ser considerado um acontecimento importante, ainda que tardio, que reconhece e valoriza a representatividade dos trabalhadores.
Provavelmente apenas os serviços de contabilidade das montadoras conhecem, na ponta do lápis, o montante das ajudas financeiras – diretas e indiretas – que receberam dos poderes públicos nos últimos anos.
Diz o ditado que esperteza quando é muita come o dono. O cabeça de planilha Nelson Barbosa achou que, como o crescimento ínfimo do PIB em 2014 resultaria em quase nenhum ganho real para o salário mínimo em 2016, esta seria a grande oportunidade de engambelar as direções sindicais e mudar a atual regra de reajuste, sem discussão.
Um dos grandes esforços da sociedade brasileira é o de aumentar a qualificação dos trabalhadores. Para aumentar a qualificação é preciso aumentar a escolaridade formal e melhorar a composição da mão de obra empregada que exerce a atividade produtiva.
O povo brasileiro aguarda, com a respiração suspensa, a entrega à presidência da República do relatório da CNV. Instituída em maio de 2012 teve até agora o tempo de prepará-lo, com audiências, entrevistas, depoimentos e investigações cobrindo o período de 1946 a 1988, mas concentrando-se em apurar as violações dos direitos humanos com a anuência do Estado durante a ditadura: assassinatos, sequestros, torturas, ocultamento de cadáveres, intervenções em sindicatos e outros terrores.
Nesta continuidade com transição, como está ocorrendo, é preciso que o movimento sindical guarde o sangue-frio.
Salzburgo, na Áustria, é uma cidade cara e elegante. Foi lá que em maio de 1975, no auge da ditadura militar, Mário Garnero organizou, por conta da Anfavea, o famoso Seminário de Salzburgo com a finalidade de atrair investimentos privados para o Brasil.