De todos os temas gerais a serem tratados pelo movimento sindical, a luta pela industrialização ocupa o primeiro lugar.
Agora que os analistas de todos os matizes acordaram para a realidade do calendário em que 2016 vem antes de 2018 – ou seja, as eleições municipais precedem e configuram as eleições gerais – é hora de aproximar o movimento sindical como instituição das ações das prefeituras e das propostas dos vereadores.
Uma das maiores tarefas da sociedade brasileira e dos governos é combater a desindustrialização.
No dia 3 de abril de 2007, Luiz Marinho, ao passar o cargo de ministro para Carlos Lupi fez um discurso longo e monótono, mas muito denso em que, prestando contas de seu mandato, apresentou um inventário minucioso da situação do ministério do Trabalho e Emprego.
Confirmados os resultados eleitorais que deram vitória “por una cabeza” à presidente Dilma, eu me insurjo contra a tentativa de descrever o quadro como o da divisão do Brasil, seja regional, seja territorialmente; houve apenas a divisão eleitoral, legítima na democracia, nas condições de segundo turno e com os resultados totais com pequena diferença.
Uma das maneiras de melhor entender a grande escolha que o povo brasileiro vai fazer no dia 26 –muito além das aparências, das propagandas e dos ataques pessoais- é esclarecer as diferenças entre as duas alternativas políticas colocadas perante os eleitores.
Pode parecer cabotinismo de minha parte e talvez o seja, mas não posso deixar de citar o professor da PUC do Rio de Janeiro, Cesar Romero Jacob, especialista em análises eleitorais que confirma -agora com o endosso acadêmico- uma análise que eu havia feito no último texto publicado.
O que se pode escrever sobre as eleições gerais de domingo passado?
Na reta final do primeiro turno das eleições (que pode ser turno único em inúmeras eleições e o é para senadores e deputados federais e estaduais) o movimento sindical afirma com orgulho que apesar das disputas partidárias não se dividiu e manteve-se unido em torno da pauta trabalhista.
Acompanho, como milhares de brasileiros, as peripécias da campanha eleitoral. Mas nossa atenção volta-se indiscutivelmente para a disputa presidencial.
Diferentemente do naufrago solitário que lança ao mar a garrafa com sua mensagem e fica esperando que alguém a recolha e o atenda, o movimento sindical articulado precisa insistir e fazer chegar às diversas candidaturas sua voz forte e unitária exigindo compromissos firmes e encaminhamentos concretos em torno de, pelo menos, cinco temas de sua pauta.
Com a efervescência das campanhas eleitorais, quase desviamos a atenção da vida corrente dos sindicatos, que segue seu caminho.