Na vida política de uma sociedade há sempre uma tensão entre os movimentos e as instituições, assim como há uma contradição entre mercado e urna no capitalismo.
Eram tempos de ditadura que se prolongariam. A vontade dos jovens estudantes de classe média, confortada pela sua situação de “excedentes”, ou seja, tinham passado no vestibular, mas não havia vaga para eles e confrontada pela brutal repressão policial que havia assassinado o jovem Édson Luiz era de se manifestar. E manifestavam quase diariamente nas grandes cidades brasileiras.
Li um artigo em que se lamenta a pouca participação acadêmica – digo, das universidades – na elaboração das alternativas econômicas. As grandes ideias e informações que orientam as iniciativas macro e microeconômicas surgem de grupos informais de economistas atuantes ou até mesmo de profissionais solitários, mas que participam da vida prática, além dos dirigentes e altos funcionários governamentais. Estão longe os tempos dos “economistas da Unicamp” ou dos “economistas da PUC-Rio”.
Semana passada em minha nota destaquei a importância da qualificação dos trabalhadores, com educação formal e o próprio aprendizado no primeiro emprego, para garantir o aumento da produtividade.
Se analisarmos os últimos anos constataremos um aparente paradoxo: os ganhos reais de salários têm crescido mais do que o PIB.
Todos aqueles, como eu, que acompanham a trajetória do movimento sindical e procuram ajudá-lo a exercer o protagonismo social que lhe é próprio, ficam muito orgulhosos quando ele faz alguma coisa criativa, útil e vitoriosa.
A história da luta dos trabalhadores – e a própria história do trabalho humano – é marcada por trágicos episódios que ilustram seu rigor.
Perguntaram-me se o movimento sindical sairá de mãos abanando da reunião com Dilma. A pergunta se referia, é óbvio, à reunião das centrais sindicais com a presidente da República no dia 14, em Brasília.
As grandes atribuições dos sindicatos ao representar institucionalmente suas bases de trabalhadores consistem em garantir para eles as melhores condições salariais e de emprego.As federações e confederações, agrupando sindicatos de mesmas categorias ou setores coordenam, nos espaços estaduais ou nacionais, estas lutas.
Nestes dias de tensão que precedem a reunião do Copom para determinar a taxa Selic de juros cresce a gritaria dos rentistas interessados em reverter a sua queda continuada e fazê-la subir.
Li diversos artigos do livro produzido pela Casa das Garças (ninho de tucanos cariocas) com debates sobre a desindustrialização. Alguns deles têm a fosforescência ilusória do rigor matemático, mas são inabordáveis e inúteis.
Agora que as centrais sindicais tomaram gosto pela estratégia de unidade na ação e colhem os frutos de suas vitórias é preciso rememorar o caminho percorrido.