Recém conclui a leitura do primeiro dos três tomos da excelente biografia de Getúlio Vargas escrita pelo jornalista cearense Lira Neto (o mesmo dos premiados “O inimigo do rei: Uma biografia de José de Alencar” e “Padre Cícero – Poder, fé e guerra no sertão”). Suas mais de 500 páginas confirmam o que vai escrito na apresentação: “Combinando rigor e talento literário, o texto de Lira Neto conduz o leitor por uma trama que passa com desenvoltura do prosaico ao épico, do doméstico ao histórico.
Em 10 de maio de 1969, nove dias antes de completar 79 anos, o líder vietnamita Ho Chi Minh redigiu em Hanói, com sua letra miúda, levemente inclinada para a direita (e tão intensa e nítida que suspeito tenha sido escrita com nanquim), um texto breve (não mais de duas páginas) que ficou conhecido como seu testamento. Começava assim:
O deputado estadual amazonense Eron Bezerra, membro do Comitê Central do PCdoB e pela segunda vez secretário da produção Rural do Estado, contava 19 anos em 1972 quando decidiu buscar a guerrilha do Araguaia em Marabá, no Pará. Imaginava a cidade coalhada de guerrilheiros. Esta é uma das histórias, entre mais de uma centena delas, publicadas pelo livro “Vidas, veredas: paixão”, que produzi entre 2011 e 2012 para a Fundação Maurício Grabois.
Insuportável assistir, na semana que passou (e talvez na semana que se inicia), o choroso noticiário de TV a respeito das bombas que explodiram na maratona de Boston no último dia 15, com mortos e feridos. O episódio foi, de fato, violento, lastimável, condenável sob todos os aspectos. Como afirmou o governo cubano, em sua reprovação ao episódio, deve ser rechaçado todo ato de terrorismo “em qualquer lugar, sob qualquer circunstância e quaisquer que sejam as motivações alegadas”.
Observadores do atual cenário político brasileiro vêm percebendo, no imbróglio resultante da eleição do Deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e de Minorias da Câmara Federal, algo mais do que as posições racistas e homofóbicas em si mesmas do parlamentar, que é pastor evangélico.
Quando o PCdoB emergiu para a legalidade, em maio de 1985, alguns desinformados – e outros de má fé – diziam que os comunistas cabiam num fusca. Depois, numa Kombi. Mais tarde, uns surpresos – outros, contrariados – perceberam que, para reunir os comunistas, talvez fosse mais apropriado um vagão ferroviário ou mesmo uma composição.
Há 55 anos, em março de 1958, pouco mais de seis meses após o 20º Congresso do PCUS, de matiz nitidamente reformista, o Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, que então usava a tradicional sigla PCB, aprovou nova orientação política. João Amazonas e Maurício Grabois votaram contra. No dia 22 daquele mês, a “Voz Operária”, órgão oficial do Partido, publicou o documento que expunha a nova diretriz. Era a “Declaração sobre a Política do PCB”, mais conhecida como a “Declaração de Março”,
Nos anos 90, a direita dispunha de um programa para o Brasil: o programa neoliberal. Beneficiária da atmosfera regressiva criada pela queda do Muro de Berlin e dissolução da União Soviética, no curso de uma ampla crise do socialismo e de um notável avanço do capital, ela sensibilizou o eleitorado brasileiro com suas propostas aparentemente inovadoras de privatizações, Estado mínimo e outros quejandos.
Há dois meses me dedico – sempre que a áspera luta pela sobrevivência me permite – a um novo romance, desta vez sobre o médico francês Jean Maurice Faivre, que aportou no Brasil em fins de 1826 e, entre 1847 e 1858, quando morreu, tentou criar na selva paranaense uma colônia influenciada pelo socialismo utópico do também francês Charles Fourier.
Esquadrinhando meus livros, dia desses, me deparei com um volume de não mais que 130 páginas, já um pouco empoeirado (a edição é de 1993), sob o título “O coronel tem um segredo” e o subtítulo “Paulo Wright não está em Cuba”. Folheei o livro, detendo-me aqui e ali no relato sensível de Delora Jan Wright, filha do reverendo Jaime Wright (que trabalhou com dom Paulo Evaristo Arns no projeto “Brasil: nunca mais”) e sobrinha de Paulo.
Lula anunciou sua volta às ruas a partir de fevereiro. "No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país”, disse. E acrescentou: “Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade".
Nos anos em que passei no Colégio Militar de Curitiba – quando os colégios militares eram escolas e quartéis a um só tempo – entre o ginásio e o começo do científico (hoje segundo grau), ouvia de sargentos e oficiais uma frase recorrente: “Soldado não tem medo de chuva”.