Não há hierarquização de prioridades na leitura de Memórias, livro de Gregório Bezerra. Há traços que mais se sobressaem no perfil do militante; do militante e do adolescente ainda pasmo com a crueza do mundo. Do apenado, que cumpriria mais seis anos de cadeia, ouviu-se, depois de ser lembrado de que cumprira muitos anos de prisão:
Os soldados instalaram a metralhadora no chão, o cano apoiado na forqueta de ferro; em cima da forqueta, a argola boleada, dando mobilidade à mira. Um soldado com duas divisas em cada ombro da farda verde-oliva, deitou-se atrás da arma; uma mão no gatilho, outra sobre o pente de balas. Mais atrás e em volta, outros soldados. Junto ao metralhador, agachado, um sargento.