A coragem talvez seja o aspecto mais marcante do PCdoB, afinal, em 94 anos de existência, 2/3 foram vividos na clandestinidade, proibido de expressar livremente suas propostas e ideias. Em vários momentos sob implacável perseguição, com prisões e torturas; centenas de militantes e dirigentes foram assassinados barbaramente.
Voltando à comparação “dos números”, tomo emprestado um verso do poeta, cantor e compositor Itamar Correa, que na canção “Xambioá” (uma homenagem ao Divino, seu amigo de infância que tombou na “Guerrilha do Araguaia”), assim “poetizava”: “Ah! foi por lá, Onde o povo sofreu pra conta, Como um jovem sozinho, Valia por trinta, Em qualquer lugar!”.
Que se punam os corruptos, mas assim como não é certo condenar uma família porque um membro seja criminoso, não se deve condenar partidos ou segmentos da sociedade, porque meia dúzia destes praticaram atos ilícitos. Nem o Vaticano ou um Convento de Freiras estão isentos do pecado.
Provavelmente no domingo 13, assistiremos pasmos mais um espetáculo deprimente de uma horda de zumbis vestidos com camisas amarelas da CBF, protagonizando cenas dignas da Alemanha da década de 30, talvez só não tenhamos a suástica tremulando.
O Brasil que venceu momentos piores, com certeza haverá de superar mais este e continuar sua marcha de grande Nação.
Evidentemente, o fim dos autos de resistência não tem o condão de por fim a toda arbitrariedade de maus policiais, mas esses certamente pensarão duas vezes antes de cometerem arbitrariedades, execuções ou chacinas.
Por outro lado, nós, trabalhadores, sabemos muito bem que a melhor maneira de fazer o salário mínimo crescer e, consequentemente, as demais remunerações, é através do desenvolvimento do país que precisa ser retomado com urgência, através da adoção de uma nova política econômica que privilegie o trabalho em detrimento aos ganhos de capital.
Certamente por receio que a presidenta Dilma cumpra fielmente uma das suas principais propostas de campanha (“não deixar pedra sobre pedra”, em relação aos casos de corrupção) é que percebemos o esforço descomunal de notórios corruptos na luta para afastar Dilma da Presidência da República, antes que ela os pegue com a boca na botija.
E o que é pior, as tais “pedaladas” ainda nem foram julgadas pelo Congresso Nacional, que tende a não considera-las um crime de responsabilidade. Mas Eduardo Cunha e a “oposição”, a lá “Mãe Diná” enxergam antecipadamente motivos para impeachment.
Após todos os votos proferidos, o resultado foi devastador para os “impitimeiros”: a) anulação a votação secreta; b) proibição da chapa avulsa e c) determinação que somente o Senado tem legitimidade para decretar o afastamento “preventivo” (180 dias) da Presidenta.
Para defender a democracia e uma nova política econômica e também para exigir punição ao presidente da Câmara dos Deputados, o corrupto Eduardo Cunha, movimentos sociais de Cuiabá promoverão o Ato do dia 16 de dezembro.
Além disso, deve saber de “cor e salteado” uma frase lapidar do sagaz Leonel Brizola: “A política ama a traição, mas abomina os traidores!”