A cada dia que passa a crise da água em São Paulo ganha contornos mais e mais dramáticos para os habitantes da região metropolitana. Os relatos de desabastecimento se espalham e o segundo volume morto está com os dias contados.
Por Edson Domingues, para o Diário do Centro do Mundo*
O nível de água do Sistema Cantareira, principal manancial da Grande São Paulo, voltou a baixar na quinta-feira(20) para sexta-feira (21), passando de 9,9% para 9,7%, segundo o registro diário feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Desde o último dia 15, a retirada para abastecimento está sendo bombeada da segunda cota do volume morto ou da reserva técnica, água que fica abaixo da captação por gravidade.
Na primeira reunião do grupo de trabalho instituído para tratar da falta de água no estado de São Paulo nesta segunda-feira (17), a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reiterou o compromisso do governo federal de apoiar o estado. A expectativa é que na próxima semana haja posicionamento sobre quais obras serão financiadas. A previsão de conclusão desses projetos varia de 12 a 36 meses. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também participou da reunião em Brasília.
Os reservatórios do Sistema Cantareira mantiveram nesta quinta-feira (14) o nível de 11,8% da capacidade, mesmo volume de quinta-feira (13), de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As fortes chuvas nas cabeceiras do sistema, ontem, num acumulado de 24,4 milímetros, ajudaram a interromper as sucessivas quedas.
O nível do Sistema Cantareira teve nova queda ao passar de 11,4%, no domingo (9), para 11,3% nesta segunda-feira (10), incluindo a segunda cota da reserva técnica, segundo informa a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Esse manancial e os cinco restantes no estado devem continuar caindo até quarta-feira (12), quando o tempo permanecerá seco.
A decisão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de retirar mais água do Braço Rio Grande, parte limpa da Billings, pode secar o reservatório.
Reafirmando o compromisso de diálogo feito durante o discurso da vitória, após a confirmação dos resultados das eleições em 26 de outubro, a presidenta Dilma Rousseff reúne-se nesta segunda-feira (10) com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) para buscar uma saída para a crise hídrica em São Paulo.
Apesar das chuvas que atingiram o estado de São Paulo no último sábado (1°), o nível do Sistema Cantareira caiu 0,1% de ontem para o domingo (2). A segunda – e última – cota do volume morto está com 12,1% do total. O Sistema Alto Tietê permaneceu estável no sábado (1º) e mantém 8,9%.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltou a dizer nesta quinta-feira (30) que pedirá ao governo federal mais recursos financeiros e a desoneração de impostos a fim de enfrentar a crise de abastecimento de água que atinge o estado de São Paulo. Segundo o governador, é necessário conceder a isenção da Cofins e do PIS para empresas de saneamento básico, o que ajudaria muito a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a ter recursos para fazer investimentos.
Acontece nesta quinta-feira (14), na própria sede do Sintaema, um evento para discutir os possíveis desdobramentos da crise hídrica de São Paulo. A atividade começa às 14h e contará com a participação de trabalhadores do sistema, além de movimentos sociais e sociedade civil interessada em discutir a adoção de medidas contra a seca causada pela má administração do governo de Geraldo Alckmin.
Sem ocorrência de chuva, o nível dos reservatórios de São Paulo continua caindo, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. No Sistema Cantareira, onde é usada a reserva técnica, o nível passou de 13% ontem para 12,8% hoje (28). No mesmo dia de 2013, o percentual era 37,4%.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) reduza a vazão da água captada do Sistema Alto Tietê. Para o MP, a Sabesp retirou mais água que o permitido, o que contribuiu para o esgotamento dos reservatórios desse sistema.