Preço da alimentação não dá trégua e diminuição dos preços dos combustíveis é “redistribuição de renda dos pobres para a classe média”, aponta economista da UNB.
Copom eleva taxa Selic em meio ponto percentual, para 13,75% ao ano. Com a nova alta, a 12ª consecutiva, sociedade perde R$ 15 bilhões em um ano, calcula economista.
Divulgado pelo Banco Central, IBC-Br sofreu queda de 0,44% em abril, diante de temores de recessão mundial.
A maior parte das dívidas das pessoas físicas negativadas é com os bancos (58,48%), o que revela que os brasileiros não estão conseguindo arcar com os custos dos altos juros praticados no país.
Fixada pelo Copom em 13,25% ao ano nesta quarta (15), nova taxa de juros é a mais elevada desde dezembro de 2016 e aumenta pressão de custos sobre o setor produtivo.
Setores produtivos temem que aumento restrinja atividade econômica
Para o professor de Economia da UnB, elevação da taxa básica de juros da economia, além de ineficaz para conter os preços, recai sobre os trabalhadores, causando o aumento do desemprego.
Economista considera “inexplicável” que Copom tenha elevado a taxa de juros brasileira em um ritmo quatro vezes maior do que o Federal Reserve (BC americano).
Juros estão no maior nível desde abril de 2017, mas inflação continua aumentando, independente da demanda interna.
Oitavo aumento consecutivo deve manter 2022 com alto patamar de restrição ao crédito e desestímulo à atividade econômica.
“Estamos debaixo de uma política econômica que deprecia o setor produtivo e beneficia a especulação”, afirma Pedro Afonso Gomes, em entrevista à Agência Sindical.
Chefe do Departamento econômico da CNC e ex-diretor do BC, o economista acredita que, ao decidir sobre o patamar dos juros no país, o Copom deveria levar em conta, além da inflação, a atividade econômica e a trajetória da dívida brasileira.