Após crise na equipe econômica por discordâncias com quebra no teto de gastos, Guedes pressionou o Banco Central “autônomo” a aumentar juros para agradar o mercado.
Segundo cálculos do doutor em economia Paulo Kliass, uma elevação na Selic como a da última reunião do Copom, de 5,25% a.a. para 6,25% a.a., um ponto percentual, significa uma despesa de R$ 54 bilhões a mais em um ano para o governo.
Rafael Paschoarelli explica a crise no cenário macroeconômico do Brasil, que atinge principalmente as camadas mais pobres ao reduzir seu poder de compra
Ao encarecer investimentos e comprometer ainda mais a renda dos pobres, o aumento de juros pode reduzir as chances de retomada do crescimento.
Enquanto bancos celebram lucros astronômicos, em meio à pandemia, setor produtivo, comercial e consumidor mergulham em recessão, sem que isso afete a inflação.
Taxa básica de juros passou de 3,5% para 4,25% ao ano, o que deve desestimular produção, consumo, emprego e renda, para controlar a inflação.
Em sua última reunião, realizada em 4 e 5 de maio, o comitê aumentou a taxa básica em 0,75 ponto percentual, levando-a ao patamar de 3,5% ao ano.
Para CNI e Fiesp, alta da Selic atrasa recuperação econômica
O aumento de 0,75 ponto percentual ficou dentro do previsto pelo mercado financeiro. Analistas projetam juros em 5,5% ao ano até o fim de 2021.
Na semana anterior, a projeção era 6,13% ao ano. Para 2021, foi mantida a estimativa de 5,5% ao ano. Comitê de Política Monetária se reúne terça e quarta para definir a taxa Selic pelos próximos 45 dias.
Segundo economista, aumento dos preços no Brasil não se deve à dinâmica clássica da inflação. País vive cenário de estagflação.
Ao aumentar a taxa Selic, agora em 2,75% ao ano, Copom vai na contramão de outros países em momento de recessão, afirma Paulo Kliass