– Você está vendo aquela mulher ali? Andando de cabeça baixa, desligada do mundo.
– Estou. O que ela tem?
– Tem um destes celulares de última geração.
– Verdade? Coitada!
Por Andocides Bezerra
A crônica O Torcedor foi escrita por um jornalista esportivo célebre: Mário Filho. Famoso nos anos 50 e criador da expressão Fla-Flu, lutou pela construção do Maracanã e, em sua homenagem, o estádio recebeu o seu nome. A crônica faz parte do livro As coisas incríveis do futebol: as melhores crônicas de Mário Filho, organizado por Francisco Michielin e que será lançado pela editora Ex Machina — a chegada às livrarias está prevista para este final de semana.
Por Mário Filho
Godofredo é um sujeito boa praça. Pai de família dedicado, honesto, amigo de todos, humilde e atencioso. Qualidades que, em um primeiro contato, a pessoa já percebe. Uma outra característica de nosso amigo que não passa despercebida é seu desapego por novidades e modas em geral.
Por AndocidesBezerra
A primeira vez que vi um bicho-preguiça foi na Floresta Amazônica. Ele estava no colo de uma indiazinha, meio abraçado a sua barriga nua, sem arranhar. Ele tinha mesmo um ar preguiçoso, de quem não está nem ai. Com um olho meio aberto, o outro meio fechado, me encarou assim meio blasé.
Por Alberto Villas, para Carta Capital
A primeira narrativa de Você vai voltar para mim, título do primeiro livro de contos de Bernardo Kucinski, não tem o envoltório do gênero. Não em sua cepa tradicional, a mais bela – Machado, Tchekhov, Maupassant -, mas surpreende pelo inusitado.
Fiquei sabendo que o nome completo dela é Noêmia Pereira Lins. Fiquei sabendo também que tem 74 anos e um filho chamado Júlio, tamanha a confusão que ela aprontou naquela manhã de segunda-feira numa agência bancária da Rua Clélia, na Lapa.
Por Alberto Villas, na Carta Capital
O primeiro sinal de que 1984 estava virando realidade foi quando anunciaram a grade no meu prédio.
Por Alberto Villas*, na Carta Capital
Os pauteiros da PressAA, saíram ontem do Bar São Jorge, um tanto borrachos, e voltaram para a redação. Minutos depois, o proprietário do bar ligou para o editor-assaz-atroz-chefe, e contou que, logo que os gazeteiros saíram, dois jornalistas sérios entraram no boteco e desenrolaram um colóquio futriqueiro. Aí, bateu pra nós, pra nós poder bater pra nossa a patota.
Por Fernando Soares Campos*, no Agência Assaz Atroz
Minhas lembranças botequeiras me remetem a dois bares. Primeiro um frequentado por rico – numa época, para mim, de “descobrimento” de São Paulo
Por Mouzar Benedito.
Leiteiro não existe mais. Aquele senhor que todos os dias bem cedinho, antes mesmo do sol raiar, ia de porta em porta recolhendo o litro de vidro vazio e deixando no lugar um branquinho cheio de leite, esse nunca mais vi. Como o tintureiro. O último que tenho notícia é seu Valdivino, um homem franzino que percorria os bairros do Carmo, Sion, Anchieta e Serra recolhendo roupa suja na segunda para devolver lavada, passada e perfumada na sexta.
Por Alberto Villas, na Carta Capital
Era final de 1981, e eu, desempregado, demitido do Senai como militante de esquerda, andava catando frilas aqui e ali para pagar o aluguel. Foi quando recebi um telefonema da Global Editora. Fiquei surpreso.
Por Mouzar Benedito