Egito e Paraguai não têm muita coisa em comum, a não ser a fragilidade de suas democracias. Eis países que gostariam de se ver caminhando em direção à consolidação democrática, mas que descobrem como tal caminho pode ser atrapalhado, vejam só, pelas leis.
Centenas de islamitas despertaram hoje, na praça Tahrir, no Cairo, sob a ressaca de uma noite de celebrações históricas, mas decididos a manter o protesto até que a Junta Militar reabra o Câmara dos Deputados, fechada na semana retrasada.
Prosseguem no Egito, pelo quarto dia consecutivo, os protestos no centro do Cairo contra os decretos aprovados nos últimos dias que alargam os poderes da Junta Militar.
As grandes manifestações prosseguiram ontem (22) no Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez, no Egito, contra o poder militar no país. Sob a palavra de ordem de "Retornar ao Estado de Direito", os manifestantes exigiam a abolição da declaração da constituição suplementar decretada pelo Conselho Supremo das Forças Armadas, a revogação da dissolução da Câmara dos Deputados e o afastamento dos militares do poder.
O Conselho Supremo das Forças Armadas, que sucedeu Hosni Mubarak no ano passado, culpou a Irmandade Muçulmana por aumentar as tensões ao divulgar resultados presidenciais antecipadamente. Além disso, os militares defenderam sua decisão de garantir para si mesmos maiores poderes. A declaraçãofoi feita enquanto dezenas de milhares se aglomeraram na Praça Tahrir, do Cairo, para apoiar Mohammed Morsi, candidato presidencial do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana.
No fim de semana, enquanto as atenções se voltavam para a Europa, mais a Sul, no Norte de África, outros acontecimentos demonstraram que, tal como na Grécia, o grande capital e o imperialismo usam todos os meios para tentar condicionar e até esmagar a vontade popular. O Egito foi a votos para eleger um presidente.
Por Ângelo Alves*, no Jornal Avante!
A Irmandade Muçulmana voltou a ocupar hoje (21) a praça Tahrir para protestar contra as últimas medidas tomadas pela Junta Militar egípcia, num momento em que o país atravessa um clima de instabilidade política marcado pelo atraso dos resultados eleitorais. Milhares de manifestantes se concentraram entre as tendas e barracas que centenas de pessoas estão há três dias acampando no local.
Suspeitas de fraude levaram nesta quinta-feira (21) a um atraso no anúncio do resultado da eleição presidencial, e a Irmandade Muçulmana, que se diz vencedora do pleito, convocou manifestações contra a junta militar no poder.
O anúncio dos resultados das primeiras eleições presidenciais no Egito, inicilmente previsto para esta quinta-feira (20), foi adiado para uma data não informada, anunciou a agência oficial Mena.
O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak se encontra em coma desde a noite de terça (19), após sofrer uma trombose cerebral, informaram nesta quarta (20) fontes médicas que o acompanharam em sua transferência do hospital da prisão de Tora a um centro médico do Exército. Nas últimas horas, circularam notícias conflitantes sobre a saúde de Mubarak. Algumas davam conta de que ele estaria clinicamente morto.
Milhares de egípcios voltaram à praça Tahir, no Cairo, nesta terça feira, para exigir o respeito à vontade popular manifestada nas urnas que, pela primeira vez, elegeu um presidente da República no país, e para protestar contra o “golpe constitucional” desferido pelos militares nos últimos dias no país.
Vários grupos egípcios convocaram nesta terça-feira (19) uma manifestação na Praça Tahrir para protestar contra a dissolução do Parlamento e as emendas introduzidas pela Junta Militar à Constituição interina para reservar-se uma série de prerrogativas.