Nesta manhã a Lava Jato cruzou o rubicão, invadiu o Instituto Lula e levou o ex-presidente, que nunca foi por ela intimado, a prestar depoimento coercitivamente, humilhando também alguns colaboradores.
Por Tereza Cruvinel*, no Brasil 247
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou nesta sexta-feira (4) sobre a “armação” que fizeram contra o ex-presidente Lula. “Essa é uma ação de tentativa de desconstrução moral da maior liderança popular deste país.” Para ela, a ação foi “uma tentativa de atingir todo legado do nosso projeto, de atingir a esquerda brasileira e de atingir, inclusive, a estabilidade do governo”.
O secretário-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), Ernesto Samper, afirmou nesta sexta-feira (4) por meio da redes sociais, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de um “linchamento midiático”, se referindo à condução coercitiva imposta cotra o ex-presidente no âmbito da Operação Lava Jato.
O presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), emitiu uma nota pública sobre os desdobramentos da 24ª etapa da Operação Lava-Jato, em que a Polícia Federal ouviu depoimento do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em pronunciamento à imprensa nesta sexta-feira (4), a presidenta Dilma Rousseff manifestou o “mais absoluto inconformismo" e a sua “indignação” em relação à condução coercitiva realizada contra o ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato.
O ex-presidente do Paraguai, e atual senador, Fernando Lugo, que foi deposto com um golpe de Estado em 2012, disse ter tido a sensação de um “déjà vu” ao ver a ação arbitrária contra Lula na manhã nesta sexta-feira (4).
Certamente não caíram do céu os agentes da Polícia Federal que, cedo da manhã desta sexta-feira (4), levaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor. Há semanas que se fala do suposto envolvimento dele no esquema investigado na Operação Lava Jato. Mesmo assim, a condução coercitiva do ex-presidente tem um grande impacto, pois sinaliza que também ele – apesar de toda a sua popularidade – não está acima da lei.
Por Jan D. Walter*, na Deutsche Welle
Ao lado de lideranças políticas e sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento à imprensa nesta sexta-feira (4), na sede do diretório nacional do PT, em que manifestou a sua indignação ao que chamou de “falta de respeito ao direito” e “autoritarismo do judiciário”, mas avisou: “Se queriam matar a jararaca, não conseguiram. Bateram no rabo, não na cabeça”.
Por Dayane Santos
O presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou sua solidariedade com o ex-presidente Lula, devido à condução coercitiva sob a qual ele foi submetido na manhã desta sexta-feira (4).
A Juventude Comunista Colombiana (Juco) emitiu uma nota oficial onde rechaça a ação arbitrária da condução coercitiva do ex-presidente Lula. Os jovens comunistas declaram solidariedade ao ex-presidente e ao povo brasileiro.
Dois juristas, ex-integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso, criticaram, em entrevista à emissora de rádio britânica BBC Brasil, a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor à Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (4). Ambos também consideram errados os recentes vazamentos de documentos sigilosos da operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.
Diante do cenário de perseguição política e tentativa de criminalizar o projeto político colocado em curso por Lula e os partidos de esquerda, a direção da União Brasileira de Escritores emitiu uma nota em repúdio à investigação seletiva deflagrada nesta 24ª fase da Operação Lava Jato.