Na véspera do Natal, o New York Times publicou uma conclamação à guerra: “Só há um meio para deter o Irã”, escreveu Alan J. Kuperman, e é “atacar militarmente as instalações nucleares do Irã” (NYT, 24/12/2009, em http://www.nytimes.com/2009/12/24/opinion/24kuperman.html).
Por Paul Craig Roberts, para o Counterpunch
Partidários do regime iraniano tomaram as ruas das principais cidades do país hoje, numa demonstração de força contra os protestos da oposição nos últimos dias. Segundo os manifestantes pró-governo, os oposicionistas são "peões dos inimigos". Alguns extremistas também ameaçaram processar os líderes contrários ao regime.
A rede de tevê estatal iraniana afirmou nesta segunda-feira que oito pessoas foram mortas em protestos contra o governo, citando informações do Conselho Supremo de Segurança Nacional da República Islâmica.
Já faz tempo que a política internacional deixou de ser um campo exclusivo dos especialistas e dos diplomatas. Mas só recentemente, passou a ocupar lugar central na vida pública e no debate intelectual brasileiro. E tudo indica que deverá se transformar num dos pontos fundamentais de clivagem na disputa presidencial de 2010.
Por José Luís Fiori, polemizando com Visita indesejável, de José Serra*
Uma semana antes de visitar ao Brasil, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, foi entrevistado pela Rede Globo, em Teerã, por meio de seu repórter William Waack, um dos pitbulls da mídia corporativa brasileira. Sem deixar interrogações, Ahmadinejad não tergiversa a nenhuma pergunta e faz Waack tentar explicar aos telespectadores suas próprias insinuações.
Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho da Rocha, poucas vezes, a visita de um chefe de Estado ao Brasil provocou tanta celeuma como a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Para ele, trata-se de um esforço legítimo da parte de quem quer multiplicar seus parceiros internacionais e reduzir o isolamento político.
O presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, recebeu nesta segunda-feira (23), durante visita ao Congresso Nacional, apelos para buscar a paz no Oriente Médio. Ele foi recebido no Salão Nobre da Casa pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), além de três senadores e de três deputados.
Em tom diplomático, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta segunda (23) que sua política é baseada na defesa dos direitos humanos, da paz e da produção de energia nuclear para fins pacíficos. E o Brasil pode cooperar com o Irã como um interlocutor capacitado na América Latina, disse Ahmadinejad, durante declaração conjunta feita ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Itamaraty.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chega ao Brasil na próxima segunda-feira (23) acompanhado por uma comitiva composta por 280 autoridades políticas e empresariais do país. Em entrevista concedida nesta sexta-feira (20), o embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, apresentou os detalhes da visita, que deve durar apenas um dia.
O real significado da atual histeria sobre as armas nucleares iranianas está quase completamente ocultado sob a propaganda oficial. O melhor primeiro passo no esforço para escapar das versões de propaganda é considerar os países que já têm armas nucleares; o segundo é analisar o mapa do Sudeste da Ásia.
Por Jeff Nygaard, para o Counterpunch.
A política externa do Irã, desde a ascensão de Ahmadinejad ao poder, passou a atribuir elevada prioridade ao diálogo Sul-Sul ao fazer arranjos de cooperação com países como Cuba, a Nicarágua e Venezuela. O Brasil deve receber o mesmo tratamento e espera-se, em cinco anos, elevar para US$ 15 bilhões as relações de comércio entre os dois países, atualmente em torno de US$ 2 bilhões.
Um dos pilares de sustentação do regime revolucionário iraniano, instaurado em 1979, são os generosos subsídios oficiais que garantem à população o acesso a bens e serviços públicos a preços artificialmente baixos, dentro de uma ampla rede pública de proteção social.