Na quarta (25), o Copom manteve a Selic em 14,25%. A decisão não foi unânime. Dois membros defenderam elevação de 0,50 ponto percentual. Economistas avaliam que a divisão amplia as chances de o Banco Central retomar a trajetória de alta na próxima reunião, em janeiro – o que só traria mais danos a uma economia em crise. “Não vamos conseguir evitar que o país entre em recessão profunda se continuarmos fazendo coro com o rentismo”, alerta o sindicalista Adílson Araújo.
Por Joana Rozowykwiat
As instituições operadoras da política econômica no país indicam atualmente não assumir uma posição convergente. De um lado, a postura dos ministérios da Fazenda e Planejamento aponta mais fortemente no ano de 2015 em favor do cumprimento do programa de austeridade fiscal. De outro, o Banco Central caracteriza-se por esbanjar recursos do setor público.
Por Marcio Pochmann*
A hegemonia política e ideológica exercida pelo poder do financismo nos tempos atuais é um fenômeno que impressiona. Por mais que a gente saiba do enorme poder da banca em nossa sociedade e tenha clareza a respeito de sua incrível capacidade de ganhar os corações e mentes dos indivíduos para suas causas, o fato é que sua influência alcança cada vez mais limites inimagináveis.
Por Paulo Kliass*
Destravar o investimento em infraestrutura e reativar o setor de petróleo e gás. De acordo com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, estas são as duas medidas necessárias para ajudar o Brasil a enfrentar a crise. Em entrevista ao Vermelho, ele teceu críticas aos procuradores da Operação Lava Jato, pelo fato de as investigações estarem paralisando setores importantes da economia brasileira. E alertou para o risco de a situação derivar para uma crise bancária.
Por Joana Rozowykwiat
Os juros das operações de crédito voltaram a subir em outubro deste ano. É o que mostra pesquisa divulgada nesta quinta (12) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). De acordo com o estudo, no cartão de crédito, a taxa passou de 361,4% ao ano em setembro para 368,27% no mês passado. Trata-se do maior percentual desde março de 1996.
Em entrevista ao programa Espaço Público da TV Brasil, o ex-governador do Ceará e ex-ministro do governo Lula Ciro Gomes avaliou a política econômica brasileira. Ao responder a uma pergunta do deputado federal Orlando Silva (PCdoB), ele criticou o atual patamar das taxas de juros no Brasil. De acordo com ele, a única justificativa para manter a Selic em 14,25% é para garantir os lucros recordes dos bancos.
O novo presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, criticou as altas taxas de juros praticadas no país, que qualificou como “pornográficas”. E voltou a cobrar a liberação de depósitos compulsórios pelo Banco Central (BC) para o financiamento do capital de giro para pequenas e médias empresas (PMEs).
De acordo com o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, os elevados juros pagos no Brasil mostram que o setor financeiro do país não está funcionando como deveria. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele – um ferrenho crítico das políticas de austeridade pelo mundo – opinou que o ajuste fiscal em curso no país pode reduzir ainda mais o crescimento econômico.
Presidente da Companha Siderúrgica Nacional (CSN) – maior produtora de aço da América Latina -, Benjamin Steinbruch somou-se nesta terça (3) aos que têm criticado a atual política de juros da dívida pública brasileira. "O país está viciado em juros", alertou o empresário em artigo publicado na Folha de S. Paulo. E questionou: "Querem tirar R$ 10 bilhões do Bolsa Família do ano que vem, mas não se discutem cortes de juros".
Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos para pessoas físicas – excluindo o crédito imobiliário e rural – , subiram mais um vez no mês de setembro e registraram o maior patamar da série histórica, iniciada em março de 2011. A elevação foi superior àquela registrada pela Selic, a taxa de juros referencial da economia brasileira, a maior praticada em todo o mundo.
Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a manutenção da taxa básica de juros em 14,25%, o economista Márcio Pochmann desconstruiu o discurso que embasa a defesa dos juros altos. Em entrevista ao Portal Vermelho, ele citou números que demonstram o equívoco de usar a Selic para reduzir uma inflação que nada tem a ver com a demanda. E criticou a política do Banco Central, que estaria na contramão do esforço fiscal promovido pelo governo.
Por Joana Rozowykwiat
O Comitê de Política Monetária anuncia nesta quarta (21) sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de que ela seja mantida em 14,25% ao ano, maior patamar em nove anos. Em entrevista ao Vermelho, o economista Paulo Kliass aponta os danos que uma taxa de juros tão alta provoca na economia: além de aumentar a despesa pública, reduz o investimento, prejudicando assim o desenvolvimento econômico e social. Para ele, o país precisa enfrentar a “hegemonia do rentismo parasita”.