“É permitido cortar direitos e alterar a Constituição, mas não é permitido arrecadar de uma forma mais adequada?” Este é um dos questionamentos feitos pela especialista em orçamento, assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) Grazielle David. Em vídeo da TV Vermelho, ela contesta a tese de descontrole de despesas alardeada por Temer, afirma que a PEC 241 é “perversa” e aponta formas de amenizar a queda da arrecadação, considerada por ela o principal problema das contas públicas.
A união por conveniência para golpear a democracia brasileira não passou de uma rápida lua de mel e a disputa pelo poder entre tucanos e peemedebistas saiu dos bastidores para ganhar as páginas da grande mídia. Com a proximidade das eleições municipais, a crise demonstra que o ninho tucano montado junto com PMDB se desfaz.
Por Dayane Santos
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) voltou à tribuna do Senado, nesta segunda-feira (15), para condenar o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. A senadora avalia que se a presidenta Dilma Roussef acabou sendo afastada porque perdeu apoio, o presidente ilegítimo Michel Temer também não conta com manifestações favoráveis. “Tanto é assim que pesquisas apontam que mais de 70% da população querem que sejam feitas novas eleições”, afirmou.
Depois daquele sonora vaia na abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 5 de agosto, e das dezenas de manifestações pelo "Fora Temer" durante as competições, o presidente provisório informou por meio da Secretaria de Imprensa, nesta segunda-feira (15), que não comparecerá à cerimônia de encerramento da Olimpíada, no próximo domingo (21), no estádio do Maracanã.
A pressão contra os retrocessos da PEC 241/2016 – que limita o crescimento de gastos públicos à inflação do ano anterior – só aumenta. O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, afirmou, ao Valor, nesta segunda (15), que pediu para a Comissão de Direito Constitucional da entidade avaliar se a proposta tem base legal.
O governo interino de Michel Temer continua adepto do terrorismo econômico e das ameaças. De acordo com o secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano, só há três opções para o Brasil: aprovar a reforma da Previdência, aumenta impostos ou promover corte de despesas em setores como saúde e educação.
O governo golpista de Michel Temer está afundando a economia do país diante do silêncio da mídia. Os golpistas, que projetaram um deficit fiscal de R$ 170,5 bilhões para 2016, quando as projeções da equipe de Dilma Rousseff eram de R$ 96,7 bilhões, já queimaram, segundo anúncio feito pela própria cúpula golpista, quase toda essa “gordura” em menos de quatro meses de governo. O anúncio revela que, em vez de promover o ajuste das contas públicas, Temer está em um processo acelerado de gastança.
Sempre afiado e sem poupar críticas, o ex-ministro Ciro Gomes participou no sábado (13) do Circo da Democracia, em Curitiba. "Primeiramente, Fora Temer", disse Ciro ao inciar a sua fala, saudando o evento pela iniciativa de resistência. Disse ainda que o golpe contra a democracia não tem só o objetivo de salvar o interino Michel Temer (PMDB), que é “traidor, corrupto e salafrário”, mas atender a interesses de grupos ligados ao setor finaceiro e conservadores.
O presidente interino Michel Temer concedeu entrevista a O Antagonista, de Mainardi (ex-Veja), publicada nesta segunda-feira (15), em que voltou a admitir que ofereceu jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, ao Marcelo Odebrecht para pressionar a receber R$ 10 milhões em “doações” para o PMDB. Mas não explicou porque pediu dinheiro fora do prazo de uma campanha eleitoral.
Durante audiência pública em Goiânia (GO), sobre as reformas previdenciária e trabalhista e do trabalho escravo, o senador Paulo Paim (PT-RS) denunciou as reais intenções do governo golpista. Em entrevista à Rede CUT de Comunicação sobre o tema, o parlamentar afirmou que “querem praticamente privatizar a Previdência, entregá-la nas mãos do sistema financeiro, a chamada previdência privada, e começaram com terrorismo prá cima do trabalhador.”
A rixa de setores do PMDB e de aliados do governo interino com o protagonismo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, põe em risco a própria governabilidade de Michel Temer. Enquanto o interino põe a mão no fogo pelas tomadas de Meirelles, emissários do Planalto consideram que o ministro não pode ser figura de destaque do governo.
Estão em curso duas grandes batalhas, ambas muito desafiadoras e difíceis para a jornada democrática e progressista no Brasil.
Walter Sorrentino*