Nesta quinta (1º), o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) promove o debate sobre os modelos de negócios baseados em dados, e as diretrizes para a promoção da transparência e moderação de conteúdo
O modo como a retórica do ódio se expressa em forma de disputas de narrativas nas plataformas de redes sociais precisa ser superada pelo debate ideológico e crítico para resgatar o diálogo e a democracia, é o que dizem os especialistas em debate promovido pela ADJC, no contexto do Fórum Social das Resistências.
As revelações da denunciante Frances Haugen, primeiro detalhadas em uma série investigativa do Wall Street Journal e depois apresentadas em depoimentos no Congresso, mostram que a empresa estava ciente dos danos que estava causando.
O estudo Aproveitadores da Pandemia sugere que o Facebook poderia resolver 70% do problema da desinformação médica excluindo apenas uma dúzia de contas de celebridades negacionistas e seus disseminadores. Mas a plataforma continua negando informação par análise independente sobre a dimensão de seu suposto combate à desinformação.
O maior medo dessas plataformas digitais é o novo e imprevisível. Precisam comprar e destruir para manter os usuários
A jornalista Renata Mielli explica que os mecanismos de monopólio estabelecidos entre operadoras de celulares e plataformas da “família Facebook” evidenciaram a exclusão digital dos brasileiros que só podem pagar por pacotes de dados que incluem Facebook, Instagram e WhatsApp.
A pane das principais plataformas digitais de comunicação mostrou que as pessoas automatizaram seu uso e nem percebem o quanto são dependentes, podendo sofrer enormes prejuízos. Por outro lado, a crise no WhatsApp favoreceu a migração para outros aplicativos.
Driblando as críticas da mídia, governo Bolsonaro se comunica diretamente com seu “Brasil paralelo”
O objetivo do debate tático é garantir o diálogo e o despertar da consciência crítica para gerar uma reversão e atrair setores e pessoas que, em algum momento, migraram para o bolsonarismo.
Para especialistas, regulação contra abusos das plataformas digitais sobre dados dos usuários pode evitar controle político sobre o debate democrático.
A ascensão de uma nova direita no mundo, alimentada de ódio, da paranoia e da frustração dos outros, com forte atuação nas plataformas digitais, é o tema do livro Os Engenheiros do Caos, de Giuliano Da Empoli. “No mundo de Donald Trump, Boris Johnson, Viktor Orban, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro, cada novo dia nasce com uma gafe, uma polêmica, a eclosão de um escândalo. Mal se está comentando um evento e esse já é eclipsado por outro, numa espiral infinita que catalisa a tensão e satura a cena midiática”, afirma o autor.
Trabalhadores de plataformas digitais se manifestaram exigindo ser regulamentados por lei como trabalhadores “autônomos digitais”, exigindo a extensão de seus direitos e ao mesmo tempo mostrando uma rejeição frontal ao seu reconhecimento como assalariados.