O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deu detalhes nesta terça-feira (3) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado dos procedimentos adotados na investigação da Polícia Federal sobre denúncia de formação de cartel e pagamento de propina em licitações para compra de trens em São Paulo, conhecido como caso Siemens.
Pedido feito ao Ministério Público de São Paulo quer afastamento de quatro secretários da gestão Alckmin que estariam envolvidos no escândalo que envolve o desvio de mais de meio bilhão de reais das obras do metrô de São Paulo. A denúncia aponta que o desvio foi realizado durante as gestões dos tucanos Covas, Serra e Alckmin.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (28) que está sendo criticado por ter cumprido a lei ao entregar à Polícia Federal (PF) documentos que acusam políticos paulistas de participação em cartel formado para fraudar licitações no metrô e trens de São Paulo.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta terça-feira (26) críticas do PSDB e afirmou que "não tem nada de disputa política" a investigação da Polícia Federal envolvendo graves denúncias sobre um grande esquema de propina na compra de equipamentos para o metrô de São Paulo.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta terça-feira (26) as acusações de que teria facilitado o vazamento de denúncias sobre irregularidades em licitações para obras do metrô de São Paulo envolvendo políticos do PSDB.
"É cinismo dessa gente querer desqualificar o trabalho de um ministro que a única coisa que defende é a investigação das denúncias de corrupção nas licitações do Metrô de SP à Polícia Federal", declarou Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, à Rádio Vermelho, ao falar sobre o Trensalão Tucano, os ataques raivosos da mídia conservadora e a morosidade da Justiça de São Paulo para investigar o escândalo.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Matéria publicada na última sexta-feira (22) no Correio do Brasil, revela que o propinoduto tucano no Metrô paulista chegou à alta cúpula nacional do PSDB. Segundo a reportagem, o secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Garcia (DEM-SP) recebeu doações do ex-diretor de vendas da Siemens, Everton Rheinheimer, segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Reportagem do jornal paulistano O Estado de São Paulo publicada no início da noite de sexta-feira (22) informa que o gabinete do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, enviou à Polícia Federal o documento do ex-executivo da Siemens, Everton Rheinheimer, que indica pagamento de propina a políticos ligados a governos do PSDB em São Paulo, entre 1998 e 2008, em licitações de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô de São Paulo.
Para o deputado Alencar Santana, se o governador diz que quer transparência e quer apurar", os envolvidos com suposto esquema de pagamento de propina têm de deixar seus cargos no governo.
Ex-executivo da Siemens, que agora nega ser autor das denúncias segundo as quais empresas sob contrato com o Metrô e a CPTM abastecem o caixa dois dos tucanos há mais de 20 anos, é desmascarado por reportagem da revista Istoé: "Para pessoas de seu círculo íntimo, Everton Rheinheimer alega que resolveu abrir o verbo porque teria se revoltado com a maneira como o esquema era operado", diz o texto; ele afirmou ter feito a entrega da propina pessoalmente para a base aliada do governo do PSDB
O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um relatório em que afirma possuir documentos que comprovam a existência de um grande esquema de corrupção em São Paulo, durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB. O esquema envolvia secretários, deputados e um senador, e seria a principal fonte de abastecimento dos caixas dois tucano e do Democratas (DEM) nas eleições.
A Polícia Federal está incentivando os investigados no caso do cartel dos trens a fazerem acordo de delação premiada – em troca de eventual redução de pena e outros benefícios, eles se tornam "investigados colaboradores" e revelam o que sabem dos acertos entre empresas do setor metroferroviário em contratações feitas durante os governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB, entre 1998 e 2008.