“O salário mínimo deve ser visto como um importante instrumento de distribuição de renda”. A afirmação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que na véspera da votação do reajuste do salário mínimo no Congresso Nacional torna a chamar atenção para a necessidade de fortalecimento da remuneração básica do trabalhador, para gerar mais qualidade de vida e mais movimentação no mercado interno.
As centrais sindicais realizaram na manhã desta segunda-feira (14.02) um grande debate sobre a valorização do salário mínimo, reunindo sindicalistas e parlamentares estaduais e federais cearenses, entre eles o senador Inácio Arruda. Durante o evento, que aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários, representantes das centrais pediram o apoio e o voto dos parlamentares ao salário mínimo de R4 580,00 em 2011 e a aprovação de uma política permanente de valorização desse referencial de rendimento.
Sofia, a trágica heroína do escritor William Styron presa pelos nazistas, precisou escolher qual de seus dois filhos iria viver e qual seria sacrificado. Em situação menos dramática, a presidente Dilma terá que escolher se negocia com as centrais um salário mínimo maior que R$ 545 ou se atende ao mercado e à sua equipe econômica, que prefere conter gastos e aumentar juros.
Por Paulo Pereira da Silva*
Os baianos também farão parte da mobilização nacional por um reajuste do salário mínimo acima dos R$ 545 propostos pelo governo. Convocados pelas seções estaduais das centrais sindicais (CTB, CGTB, Força, NCST e UGT), trabalhadoras e trabalhadores ocuparão o Aeroporto Internacional de Salvador, a partir da 5h30, desta terça-feira (15/2), para pressionar os parlamentares baianos a votarem em piso maior.
As centrais realizam nesta terça e quarta-feira (15 e 16), mobilizações em Brasília para pressionar os parlamentares a votar um salário mínimo maior que R$ 545. A reivindicação é por R$ 580.
Convocados pelas seções estaduais das centrais sindicais, trabalhadoras e trabalhadores ocuparão o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador (BA), a partir da 5h30 na próxima terça-feira (15). A iniciativa coincide com a manifestação nacional convocada pelas entidades nacionais que acontece amanhã em Brasília e tem como objetivo pressionar os parlamentares a votarem um valor maior do que o proposto pelo governo, de R$545,00. As centrais defendem R$ 580,00.
O debate sobre o novo valor do salário mínimo, que envolve o governo federal, os partidos derrotados na eleição presidencial, as centrais sindicais e os movimentos populares é a primeira batalha política sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, que terá continuidade na disputa em torno da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Por Igor Felippe Santos*
O governo está confiante que vai conseguir aprovar na próxima quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, o valor de R$ 545 para o salário mínimo este ano, contrariando a oposição e as centrais sindicais, que querem aumento real. Nesta segunda-feira (14), na reunião da coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o governo bateu o martelo e, de acordo com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, “não há plano B” para a questão do mínimo.
Visando emplacar a proposta de R$ 545 para o salário mínimo, o governo já admite corrigir a tabela do imposto de renda em 4,5%. Seria uma forma de buscar neutralizar a possibilidade de um salário maior que, segundo o governo, impactaria demais nas contas da União. Assim, os cofres arrecadariam menos com o IR, mas teriam também menos despesa com o mínimo. A proposta de “dar com uma mão e tirar com a outra” não tem respaldo das centrais sindicais e mesmo de partidos e deputados da base.
O valor do salário mínimo, que começa a ser discutido pelo Congresso nesta semana, não afetará apenas o equilíbrio das contas públicas e o poder de consumo dos mais pobres, mas também a taxa de popularidade de Dilma Rousseff nas primeiras pesquisas de opinião após a posse na Presidência da República.
O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu abertamente, nesta sexta-feira (11), a elevação do salário mínimo para R$ 560. Ele é o primeiro parlamentar petista a defender um valor acima dos R$ 545 propostos pelo Executivo.
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), anunciou a realização de uma comissão geral na próxima terça-feira (18), às 15h, para discutir o projeto de lei enviado pelo Executivo para o salário mínimo. Uma comissão geral é uma sessão plenária especialmente realizada para discutir um assunto relevante para a sociedade.