Vale tem 3 meses para se defender de cobrança de indenizações de atingidos pela tragédia ocorrida em Mariana (MG), que envolve mineradora anglo-australiana BHP Billiton
Decisão atende a pedido de instituições de Justiça e estado do Espírito Santo, para que os programas em execução pela Fundação Renova incluam municípios afetados
O acordo ambiental pode ser o maior já pago na história; as empresas Samarco, Vale e BHP Billington querem postergar o prazo.
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Três anos após o rompimento da Barragem de Fundão, no município de Mariana (MG), vítimas do crime da Samarco (Vale/BHP Billiton) seguem sem reparação. Vera Lúcia Aleixo Silva, que saiu da casa onde morou por 43 anos levando apenas a roupa do corpo, no dia em que comemoria o próprio aniversário, o do marido e o do filho, foi uma das atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro pertencente a empresa Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton
As vítimas do crime ambiental da Samarco, que devastou o Rio Doce e suas margens, realizam manifestações ao longo do curso do rio de 650 km a partir deste domingo (4). Na segunda-feira (5), o crime completa três anos, sem resposta real da Justiça e sem punição das empresas.
Foi prorrogado mais uma vez o prazo para que a mineradora Samarco e as suas acionistas Vale e BHP Billiton assinem um acordo com o Ministério Público Federal para reparação de danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. O documento pode ser assinado até o dia 25 de junho deste ano. A decisão é da 12ª Vara Federal de Minas Gerais.
Mais de dois anos após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), quase 30% dos atingidos sofrem com depressão. O percentual é cinco vezes superior ao constatado na população do país. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2015, 5,8% dos brasileiros tinham depressão (11,5 milhões de pessoas).
Para o médico Thiago Henrique Silva, o crime de Mariana (MG) é considerado cientificamente uma das principais causas do surto. Não é apenas ele que defende essa teoria, o infectologista Eduardo Massad, da Universidade de São Paulo (USP), também acredita que o desastre de Mariana catalisou a reprodução em massa desses mosquitos e proporcionou o aumento de casos de febre amarela.