Com a transposição do Rio São Francisco, centenas de famílias que tinham casas nos trechos da obra foram transferidas para novos assentamentos agrícolas, como é o caso nos arredores do município de Salgueiro, localizado no sertão pernambucano, região que há séculos sofre com as mazelas da seca. A água ainda não chegou, mas a população já percebe os aspectos positivos que o projeto proporciona à comunidade.
O jornalista e escritor pernambucano Urariano Mota, em sua coluna Prosa, Poesia e Política, fala sobre a chegada de água com as obras de transposição do Rio São Francisco numa das regiões mais secas do Brasil, Cabrobó (PE). Urariano também questiona a postura da grande mídia que não faz a cobertura que deveria para um acontecimento desse porte.
Em 1877 teve início, no Nordeste, uma das piores secas já registradas no Brasil. Ela durou três anos e atingiu a região que hoje abrange 6 estados nordestinos mais o norte de Minas Gerais. A província do Ceará foi a que mais sofreu com a falta de água. Mais de 20% da sua população, que tinha na época 800 mil pessoas, deixou a região, procurando refúgio na Amazônia, outros 10% teriam morrido. Os cálculos não oficiais da época estimam que 500 mil pessoas pereceram em decorrência da seca.
O governo do estado de São Paulo diz estar agindo para evitar o racionamento de água, adotando medidas como a política de descontos, o uso do volume morto, redução da pressão e obras emergenciais, mas para especialistas em meio ambiente, o que o governo está fazendo são paliativos que não vão resolver definitivamente o problema.
Na semana passada, o jornal espanhol El País publicou uma reportagem bombástica que até poderia ter sido produzida no Brasil – se a mídia nativa não fosse tão chapa-branca e tucana. Assinada pela jornalista Maria Martín, ela mostra que no momento mais dramático da falta de água em São Paulo houve uma explosão dos casos de diarreia no Estado mais rico da federação.
Por Altamiro Borges, em seu blog
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional reconheceu a situação de emergência em municípios do Piauí, de Alagoas e da Bahia em razão da seca. As portarias da secretaria foram publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (21). No total, 296 municípios nos três estados foram afetados pela estiagem.
A chuva cai no telhado da casa, corre até a calha e desce até um grande reservatório redondo, branco, com tampa em formato de cone. Lá, fica armazenada, para que 1,2 milhão de famílias do Semiárido, durante a seca, tenham água de qualidade para beber e cozinhar e para a higiene pessoal.
Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (17) – Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação – pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra que 16% do território nacional estão suscetíveis à desertificação.
O governador Camilo Santana anunciou, na última terça-feira (16/06), durante o Seminário PECNordeste, no Centro de Eventos, que o Ceará receberá R$ 70 milhões do Governo Federal para obras de convivência com a estiagem. O valor corresponde a quase metade dos recursos (R$ 150 milhões) que a União enviará para nove estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) que sofrem com a seca.c
A seca não preocupa mais as famílias do Semiárido nordestino como antes. O uso de cisternas tem preparado as famílias para os longos períodos de estiagem. É o caso da agricultora Santildes Bispo dos Santos, 45 anos, que conta como essa tecnologia social mudou sua vida para melhor. Moradora da cidade de Barrocas (BA), ela relata que a vida era bem difícil sem as cisternas, mas hoje, com a água da chuva armazenada, produz alimentos e os comercializa na cidade.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, disse nesta quinta-feira (11) que vai estender a política de repasse de verbas do governo federal aos estados do Semiárido nordestino, que enfrentam problemas com a seca. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele informou que na segunda-feira (15) firmará convênio com Pernambuco e, na semana seguinte, com a Bahia, o Ceará, Alagoas e Sergipe.
O Ministério da Integração Nacional reconheceu a situação de emergência em 28 municípios cearenses afetados pela seca. A portaria com a lista das cidades foi publicada na edição desta sexta-feira (5) do Diário Oficial da União.