Uma das maiores empresas de doces da Alemanha é acusada de explorar mão de obra em condição análoga à escravidão no Brasil. A marca Haribo vende produtos em todo o mundo. E, segundo o documentário Markencheck, proporciona péssimas condições de trabalho às pessoas e pratica maus tratos aos animais na produção de gelatina para seus produtos.
Durante a Plenária Estadual contra as reformas trabalhista e da Previdência, promovida pelo Fórum Sindical dos Trabalhadores nesta sexta-feira (20), a juíza do trabalho Valdete Souto Severo afirmou que a promulgação, nesta semana, pelo governo federal de uma portaria mudando as regras de fiscalização para o trabalho escravo configura uma “declaração de guerra ao estado social”.
Por Luís Eduardo Gomes, do Sul21
Depois de procurados, juízes, políticos e sindicalistas, a Rede Solidária para Migrantes e Refugiados também manifestou sua “forte indignação” com a portaria do Ministério do Trabalho, publicada na segunda (16) e que trata do trabalho escravo. Para a entidade, as mudanças “comprometem todo o arcabouço legal e as políticas públicas” para o combate a este mal. A Rede avalia que a normativa tem por objetivo proteger os violadores de direitos e deve ser revogada.
Em entrevista ao portal Poder360, Michel Temer tentou justificar a edição da portaria do Ministério do Trabalho, que estabelece novas diretrizes para a fiscalização do trabalho, insinuando que em muitos casos os fiscais exageram e abusam da autoridade ao considerar que “se você não tiver a saboneteira no lugar certo significa trabalho escravo”.
Por Dayane Santos
Desde que foi publicada no início da semana, a portaria 1.129/17, que altera as normas para fiscalização do trabalho escravo no país, vem gerando polêmica. O texto muda o conceito de escravidão contemporânea no país e, com isso, põe em risco o combate ao trabalho escravo.
Por Christiane Peres
“A precarização das condições de trabalho no Brasil segue veloz desde que o golpe parlamentar se consolidou em 2016. Modificar o conceito de trabalho escravo hoje fere gravemente os direitos respaldados pela legislação brasileira e pelas Convenções 29 e 105 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Brasil”.
Por *Wil Pereira
Para as entidades, medida demonstra que governo “virou as costas para os cidadãos” para agradar pequena parcela de maus empresários.
“Nunca houve um ataque tão duro orquestrado pelos exploradores de mão de obra escravizada como a publicação da portaria do trabalho escravo”, declarou Carlos Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho (Sinait) em entrevista nesta quinta-feira (19) ao Portal Vermelho. A Portaria 1.129/2017 redefine o conceito de trabalho escravo, o que, na opinião dos trabalhadores do setor, significa o fim do combate ao trabalho escravo no Brasil.
Por Railídia Carvalho
Ofício assinado pelo secretário de Inspeção do Trabalho, João Paulo Ferreira Machado, e encaminhado ao ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, nesta quinta-feira (18), classifica como “manifestamente ilegais” os dispositivos da portaria de Michel Temer que trata sobre a fiscalização do trabalho escravo e pede a revogação da norma.
O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho (Sinait), Carlos Silva, informou ao Portal Vermelho, nesta quinta-feira (19), que todas as ações de fiscalização do trabalho serão suspensas na próxima quarta-feira (25) contra a portaria 1.129, que, na prática, acaba com o combate ao trabalho escravo. “A expectativa é de ver o ministro recobrar a saúde mental e revogar a portaria”, enfatizou.
Por Railídia Carvalho
A presidenta Dilma Rousseff reagiu com protesto e indignação à portaria do Ministério do Trabalho que, na prática, libera a volta do trabalho escravo no Brasil.
O ator Wagner Moura publicou um vídeo nas redes sociais declarando que é preciso resistir à portaria 1.129/2017 publicada pelo governo de Michel Temer atacando a legislação que combate o trabalho escravo. “Pessoas que comem com animais, que dormem em lona no mato, que trabalham por uma comida qualquer e trabalham até morrer. Não vai mais ser considerado trabalho escravo”, alertou. Segundo Wagner, é preciso trabalhar para revogar a portaria, que ele classificou de “covarde, cruel e absurda”.