Governo precisa retomar controle estatal sobre a Petrobras

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, apresentou o tema do seminário “O Desmonte do Setor de Energia – Petrobras e Eletrobras – e os Caminhos para a sua Reconstrução”

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, apontou, nesta segunda (23), medidas estruturais para a reconstrução da Petrobras, em contraponto com o desmonte promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Todas elas implicam na retomada do controle estatal sobre a empresa, atualmente entregue aos interesses de acionistas minoritários.

A análise foi feita durante o Seminário “O Desmonte do Setor de Energia – Petrobras e Eletrobras – e os Caminhos para a sua Reconstrução”, promovido pela Fundação Maurício Grabois, através da Cátedra Claudio Campos. O debate aprofundou o tema da crise do setor energético e os desafios para a sua recuperação.

A criação da Petrobras (1953) e da Eletrobras (1962) foram marcos fundamentais na afirmação da soberania nacional, superando a ineficiência das companhias estrangeiras que aqui operavam, e permitiram um grande salto no desenvolvimento do país. 

Assista a exposição de 13 minutos de Renato, abaixo, a partir de 10 minutos e 50 segundos:

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Renato aponta a dimensão da tarefa de reconstrução nacional, a partir de uma plataforma programática para a federação partidária dessas eleições, composta por PT, PCdoB e PV. Ele observa como questão estratégica e estrutural do atual governo entreguista o desmonte do setor energético para entrega a setores privados internacionais.

A reconstrução da Petrobras demanda, segundo ele, retomar a distribuição e refino, privatizados nos últimos anos, tornando incontornável a regulação de preços. Renato também defende a recomposição da participação acionária estratégica da União no sistema Petrobras, com industrialização, construção de cadeia produtiva e desenvolvimento de conteúdo nacional com pesquisa em inovação e tecnologia.

No caso da Eletrobras, a ameaça de privatização fará com que os consumidores sejam penalizados pela desorganização do setor elétrico, descontrole de preços, assim como o país perde soberania e segurança energética. 

Seminário

O caso da Eletrobras será tematizado, especificamente, no seminário da próxima segunda-feira (30), quando serão reunidos elementos sobre a situação da empresa, para organizar a defesa durante a campanha e sua reconstrução posterior.

As exposições sobre o setor elétrico serão feitas pelos engenheiros Roberto D’Araújo, Íkaro Chaves e Ildo Sauer, dos economistas Aurélio Valporto e Clarice Ferraz, e do médico Sergio Siqueira da Cruz.

Além de conhecedores da real situação dessas duas empresas, os pesquisadores tiveram a experiência de dirigir ou trabalhar nelas ou na agência reguladora (caso da Petrobras).

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