Pastor acusa Silas Malafaia de corrupção

Aliado de Bolsonaro pagaria salário de pastores com verba pública, segundo a denúncia. Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo incitou “revolta popular”.

Pastor Silas Malafaia Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasília

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado de Bolsonaro (PL), foi acusado de corrupção nesta quinta-feira (25) pelo pastor Paulo Marcelo, candidato a deputado federal que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Silas Malafaia paga o salário de alguns pastores dele com dinheiro público”, afirmou Paulo Marcelo em suas redes sociais. Segundo a denúncia, os pastores beneficiados com o esquema seriam funcionários fantasmas de Malafaia e de outros parlamentares ligados a ele.

Na véspera, Malafaia incitou o que ele chamou de “revolta popular” no 7 de Setembro, em vídeo no qual xinga o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes de “desgraçado”. Malafaia levantou sua ira contra ele após Moraes ter autorizado a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) na casa de empresários bolsonaristas suspeitos de defender um golpe de Estado no WhatsApp caso Lula vença as eleições.

“Esse desgraçado é, ao mesmo tempo, vítima, delegado, promotor e juiz. Nem na Inquisição se fez isso. É uma aberração que mancha o judiciário brasileiro. Ele rasga a Constituição. O Ministério Público é o senhor, é o privativo da ação penal”, declarou Silas Malafaia, na gravação de pouco mais de dois minutos nas redes sociais. “Quem vai parar esse desgraçado? Ele rasga a cláusula pétrea da Constituição. Você não pode ser cerceado, é livre a manifestação do pensamento”, acusou o pastor, que adotou um tom de confronto com o STF e o TSE.

Milícias digitais

Na última semana, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e deputadas federais do PSOL ingressaram com denúncia no STF contra os empresários bolsonaristas que defenderam, em grupo de WhatsApp, golpe de Estado caso Lula vença a eleição de outubro. Elas querem que eles sejam investigados por afrontar a Lei nº 14.197/2021, que criou os crimes contra o Estado democrático de Direito. Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Vivi Reis (PA) endereçaram o documento a Moraes, que é relator do inquérito 4.874/DF, das milícias digitais.

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Na peça, as parlamentares informam que os empresários Luciano Hang (Havan), Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), José Isaac Peres (BarraShopping), Meyer Nigri (Tecnisa), José Koury (Barra World Shopping), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), Marco Aurélio Raymundo (Morongo), Vitor Odisio (Thavi Construction), Carlos Molina (Polaris) e André Tissot (Sierra) têm trocado mensagens em um grupo denominado “Empresários & Política” em que falam abertamente sobre as medidas que podem tomar caso Bolsonaro seja derrotado.

Com informações dos portais do Estado de Minas e UOL