Reunião do Copom deve manter corte nos juros, que chegará a 12,75%

Professor de economia da UNB observa que há espaço para um corte ainda maior nos juros nas duas últimas reuniões desse ano do Comitê de Política Monetária do BC

Fotos: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

Nesta terça-feira (19) e na quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para a definição da Selic (a taxa básica de juros) sob expectativa de um novo corte de 0,5% – que levará a taxa para 12,75% ao ano. Depois de grande pressão do governo, dos movimentos sociais e da sociedade, o BC realizou o primeiro corte na taxa na última reunião, no início de agosto.

Antes nos absurdos 13,75% a.a., o corte levou a taxa para 13,25%. Nesta nova reunião outra redução deve ocorrer impulsionada pela queda da inflação.

Na ata sobre a reunião de agosto que cortou meio ponto percentual ficou indicado que há espaço para mais cortes na Selic este ano: “Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, trouxe o comunicado.

O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, falou ao Portal Vermelho que acredita na manutenção de previsão de corte para esta reunião.

“A minha expectativa é de que haverá redução dos juros. Acredito que a redução será de 0,5%. Ou seja, o Banco Central continuará no mesmo ritmo de redução dos juros que iniciou na última reunião do Copom”, disse.

Sobre a expectativa de como os juros irão encerrar em 2023, o professor acredita que há espaço para uma aceleração no corte.

“Para as duas últimas reuniões desse ano é possível que o Banco Central acelere a queda dos juros para 0,75%. Caso isso ocorra, vamos ter uma queda de juros de 2,5%, então vamos fechar 2023 com uma Selic de 11,25% ao ano, esta é a minha expectativa”, explica.

Leia também: Bancos públicos reduzem juros logo após decisão do Copom

A queda que o professor se refere de 2,5% considera o corte da reunião de agosto em 0,5%, um novo corte no mesmo patamar na atual reunião e, caso ocorra, mais dois cortes de 0,75%, nas duas reuniões que restam ainda este ano, em 31 de outubro e 1 de novembro, e em 12 e 13 de dezembro a última do ano.

Uma perspectiva mais otimista do que a prevista pelo mercado, no Boletim Focus, que mantém a previsão de Selic em 11,75% ao final do ano.