Um dos principais desafios ao Brasil atual é a constituição de um projeto nacional de desenvolvimento que tenha a suficiente abrangência para incorporar as grandes maiorias da sociedade brasileira articuladas em uma perspectiva de transformação social, amplas liberdades políticas, impulsionadas por uma estratégia de longo curso.
A Constituição de 1988 completa vinte e cinco anos de existência fazendo parte do mais longo ciclo, ininterrupto, de democracia na História do Brasil o que é, sem dúvida, um marco significativo na trajetória da nação.
O discurso nas Nações Unidas da presidente Dilma repudiando a ofensiva de espionagem dos Estados Unidos contra os cidadãos, governo, empresas brasileiras foi uma afirmação de soberania do País e ao mesmo tempo um alerta sobre a gravidade e os desdobramentos da atual situação geopolítica internacional.
O episódio em que Aaron Alexis, veterano de guerra norte-americano, matou 13 pessoas com um fuzil metralhadora ferindo várias outras em Washington, a poucos quilômetros da Casa Branca, tornou-se uma rotina macabra que se instaurou na sociedade americana.
As revelações sobre a espionagem dos órgãos de segurança dos Estados Unidos contra a Petrobrás com o objetivo de colher informações relativas ao mapeamento das valiosíssimas reservas petrolíferas submarinas em nosso mar territorial além da tentativa de capturar a sua avançada tecnologia de ponta na prospecção do petróleo em águas marítimas profundas indicam a extensão, os múltiplos alvos do monitoramento dos EUA em relação ao Brasil.
As recentes revelações comprovando que os Estados Unidos monitoram os passos, correspondências eletrônicas, escutam as conversas telefônicas da presidenta Dilma Rousseff constituem uma grave afronta à soberania do Brasil além de ser um tipo de ação só compreensível num estágio de beligerância de uma nação contra outra.
No início da década de noventa passada consolidou-se de fato a desregulamentação absoluta dos mercados, a livre circulação dos fluxos internacionais dos capitais beneficiando especialmente aqueles de caráter especulativo, parasitário.
As flutuações cambiais surgem e desaparecem nas notícias da grande mídia quase como se fossem fenômenos semelhantes aos que acontecem com a natureza viva e para acompanhá-las existem programas televisivos especializados que nos explicam “as instabilidades emocionais, o comportamento eufórico ora depressivo do mercado” como afirmou um conhecido âncora de um canal brasileiro de televisão a cabo.
As grandes manifestações conhecidas como Jornadas de Junho, que envolveram milhões de pessoas nas cidades, evidenciaram que coexistiam paralelamente duas agendas no País: a agenda institucional e a das ruas.
Entre os fenômenos dos tempos atuais um dos mais contundentes tem sido a capacidade do mercado dissimular ao grande público o exercício do seu poder ilimitado, multilateral Especialmente nos âmbitos político, econômico, midiático, financeiro, cultural e militar, ou seja, nos aspectos fundamentais na vida dos povos, em escala planetária, nos últimos trinta anos.
No auge da globalização do capital financeiro, durante os momentos de apogeu e êxtase das políticas neoliberais Francis Fukuyama, profeta do mercado, do Departamento de Estado norte-americano, anunciava aos quatro cantos da Terra o surgimento de uma nova época onde predominaria a paz, o crescimento econômico, a ausência de guerras, a harmonia entre os povos em um mundo desprovido de qualquer fronteira nacional.
Estamos vivenciando na atualidade o agravamento em escala planetária dos múltiplos fatores da crise estrutural do capitalismo, a decadência das políticas neoliberais implementadas nessas últimas décadas praticamente em quase todas as nações do mundo.