Desconfiai de gente muito áspera e dura que nunca tem tempo a perder, que acha que só ela faz política e que o resto do mundo faz corpo mole e ainda olha de cara feia para quem se encanta com uma poesia, uma música, uma plantinha, um livro, o doce barulho e o frescor de uma fonte ornamental. Tais pessoas nem fazem política como deveriam, a busca do bem-estar comum, nem são boas companhias. Fujo delas!
Ler é um dos maiores prazeres de minha vida. Devo parte substancial do que sou aos livros que li, tanto científicos quanto literários. Estou sempre com livros na mesinha de cabeceira (não durmo sem ler algo!), no carro, na bolsa…
Há anos, desde que o li, se tiver de indicar um livro para alguém, não tenho dúvida de que é “O Futuro Roubado”, de Theo Colborn, Dianne Dumanoski e John Peterson Myers (L&PM Editores, 1997), que elenca e analisa estudos científicos sobre agentes químicos sintéticos que alteram os sistemas hormonais e que ecologistas e ecólogos, 30 anos antes de sua publicação, apontavam como deletérios ao meio ambiente e à saúde animal e à humana.
Sou apaixonada pelos ideais republicanos. Sei quase de cor o “Manifesto Republicano” – publicado em 1870 no jornal “A República”, cujo principal redator foi Quintino Bocaiúva (1836-1912). Escrevo com regularidade sobre a República porque tenho a opinião de que ela tem sido muito desrespeitada em nosso país.
Eram costume das famílias remediadas do sertão os retratos emoldurados e pintados à mão em cima de um móvel ou na parede ao lado dos santos de devoção.
Ideologia e práticas fascistas causam-me repugnância. Misto de medo e ódio. Quem combateu os tempos macabros de fascismo no Brasil (ditadura militar de 1964) carrega, além da repugnância, o sentimento do dever cumprido e a obrigação eterna de reconhecer e denunciar as diferentes faces do fascismo.
Quem ama as liberdades democráticas que se mire em La Pasionaria – Isidora Dolores Ibárruri Gómez (1895-1989), comunista espanhola que bradou: “É melhor morrer em pé do que viver de joelhos”.
O saber, a sabedoria, o sábio e o sabido são palavras que encerram significados técnicos, políticos e filosóficos. Coisas para quem gosta de pensar, de buscar as raízes dos vocábulos.
Aconteceu há 30 anos e reavivou os riscos da energia nuclear. Na madrugada de 26.4.1986, um acidente destruiu o reator número 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, nos arredores de Pripyat, com 45 mil habitantes, na Ucrânia, que até 1991 integrou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
No sertão, a Semana Santa era chamada de “Dias Grandes”. Não sei por quê. Intuo que eram tantas as proibições que os dias eram entediantes e longos.
Das elaborações teóricas de João Amazonas (1912-2002), o principal pensador do PCdoB, a que mais me encanta é: “O Brasil numa encruzilhada histórica”, pela propriedade de responder a diferentes contextos políticos desde que foi elaborada, inclusive porque o país continua nela!
Ao ler o artigo “Mulher” (no blog #AgoraÉQueSãoElas, em 22.2.2016), da atriz e escritora Fernanda Torres, no qual diz: “A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo”, além de expor ideias irreais sobre assédios sexuais sofridos por Irene, sua babá negra, pensei: escrito diretamente da Belle Époque, cujo centro irradiador era Paris, então capital cultural do mundo, mas que persiste como estilo de vida!