A história constitutiva da civilização exige de nós, amantes da liberdade, uma leitura não isenta dos fatos. A esquerda política nunca foi formada por uma única corrente e nem tampouco as correntes conservadoras são homogêneas. Para nós do Partido Comunista do Brasil – que sofremos barbaramente na Ditadura Militar e testemunhamos o sofrimento de tantos outros companheiros – soerguer a democracia brasileira, mesmo com limitações, e os pilares do Estado democrático de direito vale muito.
É de se lamentar que o processo eleitoral seja precedido de ações como a que presenciamos no dia 26 de junho, quando decisão da juíza Daniela Barbosa tentou impedir a realização da Convenção Eleitoral do PCdoB/RJ. Mais lamentável é a tentativa de, em nota e em depoimentos, explicar um ato antidemocrático e sem qualquer amparo legal.
Uma felicidade do destino fez meu caminho cruzar com o de Rose Marie Muraro. Eu na luta pela saúde, ela incansável feminista. Nosso encontro ampliou meus horizontes e abracei o mundo do feminismo com o entendimento de que a luta pela igualdade de gênero se dava em muitos fronts e se alimentou, por muito tempo, da força e da formulação de Rose.
Um sorridente alemão se mistura ao festivo samba da Lapa com a mesma facilidade com que um curioso japonês passeia pelas coloridas ruas de Salvador. Em diversos cantos, mexicanos cantantes, argentinos fanáticos, franceses animados, italianos efusivos. O Brasil, como nunca antes, virou o palco do mundo, celebrando a Copa com orgulho e paixão.
A morte do reconhecido fotógrafo Luiz Claudio Marigo revela uma série de erros. A sensibilidade dos passageiros ao buscar socorro na unidade esbarrou no sistema de triagem altamente falho de um hospital. Entre a burocracia sem fim e a vida humana, prevaleceu a primeira.
É este lema da propaganda nazista, ecoado por Goebbels na década de 30, que devemos combater ao enfrentar o diálogo sobre o legado da Copa do Mundo. Mais de mil vezes se repete que os investimentos para o Mundial colidem com os necessários gastos nas áreas sociais. Que esses recursos fazem falta em hospitais ou escolas. Mas, ao analisar o orçamento federal, vemos que o argumento não prospera, apesar de ter ganho o status de verdade.
É grande a repercussão da frase estampada em camiseta da Ellus em desfile recente da marca. Com os dizeres “Abaixo este Brasil atrasado”, resta indagar a que atraso se refere. Com certeza não é uma justa indignação contra a utilização do trabalho escravo, sinal maior de atraso, uma vez que a Ellus enfrenta inúmeras denúncias no Ministério do Trabalho sobre estabelecer condições análogas de trabalho escravo a seus funcionários.
Não há civilização no mundo onde as diferentes faces do sagrado coexistam tão pacificamente como no Brasil. Sua pluralidade estampada em tantos credos, reforçada no simbólico de cada fé de nosso povo, é uma qualidade de poucas nações. São mitos com características básicas da Teologia, como elementos divinos, princípios de crenças sobre as pessoas, o que somos e por que viemos ao mundo. Esta realidade tem causas profundamente democráticas.
Comecei minha vida pública com a bagagem de minha experiência sindical. A partir da luta na saúde firmei a convicção de que a mobilização é instrumento poderoso quanto se faz ausente o diálogo.
O Legislativo tem se esquivado de enfrentar a enormecarga tributária brasileira que se impõe todos os meses. O cidadão que vive de seu trabalho sabe bem a dor no bolso que ela causa. Não é à toa que 40% de sua renda se dilui mensalmente em impostos das três esferas, junto daquelas embutidas nos produtos e serviços.
Após o sucesso das mobilizações populares que culminaram com a aprovação de duas importantes leis – criminalização da compra de votos e ficha limpa – a sociedade civil elege como tema as necessárias mudanças em nosso sistema eleitoral.