O caráter atual brasileiro das comunicações, oligopólio empresarial e monopólio ideológico, é o resultado desse processo, agravado pela inexistência de uma burguesia comprometida com o interesse nacional
Nossas chamadas elites são forâneas e alienadas, descomprometidas com a construção de um projeto de país, reprodutoras dos valores e dos interesses da potência hegemônica
Este verdadeiro antiprojeto nacional, no qual se empenha o bolsonarismo, é, contudo, obra partilhada pela classe dominante, porque dele usufrutuária
Estamos desafiados a construir uma nova correlação de forças político-social capaz de assegurar a mudança, evitando uma nova frustração nacional
A classe dominante brasileira é uma das mais longevas do mundo, competente na preservação do mando político-econômico, imune a transformações sociais, políticas e econômicas
Pois destruir essa instituição, o CNPq, é o projeto do governo do capitão, a que se associa a maioria do pior Congresso que nosso país já teve em toda sua tumultuada vida republicana
Continuamos como um projeto, um advir, olhando com justo mal-estar para nossa formação de povo, nação, país, uma expectativa sempre adiada
O andar da história parece haver aprofundado esse sentimento de insularidade que se manifesta até na distante relação que mantemos com nossos vizinhos, vistos sempre de soslaio
Para além da remoção do entulho presidencial, nosso objetivo mira a construção de um novo pacto que aponte para uma nova ordem econômico-social. Não há hierarquia de metas, mas simultaneidade na ação
A unificação do movimento das forças populares parte do combate ao atual sistema e se completa na defesa da ordem democrática e na eleição de um candidato de centro-esquerda
O jogo está à vista e as cartas na mesa: o mandatário em conflito com a democracia avança passo a passo e, sempre que insinua recuar, termina subindo mais um degrau na escalada golpista.
A irresponsável opção dessa “chamada elite”, alienada, vem de longe, e comprometeu partidos e candidaturas que se diziam de centro e que terminaram na vala comum do bolsonarismo